IAC 300 Nova aposta nos nichos

Além do aromático, japônico e preto, IAC lança arbóreo
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O Instituto Agronômico de Campinas (IAC) lançou em fevereiro nova variedade de arroz com foco no atendimento dos nichos de mercado. Trata-se do IAC 300, tipo especial arbóreo que “cresce” na panela e absorve o molho, fazendo com que o amido vá soltando um creme durante o cozimento. A variedade é indicada para culinária italiana, especialmente risotos. 
Atualmente, todo o arroz arbóreo consumido no Brasil é importado. Abre-se, portanto, uma alternativa nacional com menor custo e impacto social. A variedade é indicada para o cultivo no estado de São Paulo, mas testes são realizados em outras regiões. 

Para os arrozeiros, a variedade apresenta-se como nova e interessante opção para agregar valor ao produto, principalmente para atender o maior mercado consumidor de arroz arbóreo: São Paulo. O pesquisador Cândido Bastos destaca que o IAC 300 pode ser cultivado com os mesmos custos de produção do arroz agulhinha, porém com produto que tem preço entre R$ 12,00 e R$ 15,00 o quilo. “A expectativa é que o produtor obtenha lucro de até três vezes mais do que as variedades comuns”, destaca Bastos, que faz parte da equipe responsável pelo desenvolvimento da nova variedade. 

O manejo do “arbóreo brasileiro” é o mesmo do arroz irrigado tradicional. Exige apenas o cuidado de não misturar com outras variedades e foco na abertura de mercado. Do ponto de vista agronômico, o cuidado especial fica por conta da formação do amido, que é altamente influenciada pelo ambiente. “A amilose, que dá cremosidade ao arroz, pode variar em até 8%, dependendo do clima”, destaca Cândido Bastos. O ideal são temperaturas mínimas noturnas de 22º, característica comum no Vale do Paraíba, centro de cultivo de arroz em São Paulo. 

Fique de olho
A produtividade do novo material foi comparada com a principal variedade italiana – Volano -, que rende de seis a sete mil quilos/hectare na Itália. No Brasil, o arroz italiano não supera os 3.200 quilos/hectare. A variedade IAC produz 30% a mais que o Volano. A IAC 300 requer 113 dias do plantio à colheita e é moderadamente resistente à brusone. Em outubro, o IAC fornecerá sementes às empresas multiplicadoras. A variedade tem características intermediárias entre o arbóreo italiano e o Carnaroli. 

Questão básica
Nos últimos anos, o IAC desenvolveu outras três variedades de arroz do tipo especial: a IAC 400, própria para a culinária japonesa; a IAC 500, aromática; e a IAC 600, de arroz preto. Esta foi a primeira variedade de arroz preto desenvolvida para cultivo no Brasil, com amplo potencial de mercado interno e externo. A IAC 400 também foi a primeira desse tipo desenvolvida para ser cultivada no estado de São Paulo e, dentre as variedades especiais de arroz, é a que apresenta maior demanda. Segundo Cândido Bastos, o objetivo é tornar o Vale do Paraíba (SP) um pólo produtor de arroz tipo especial, agregando renda aos produtores.

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