IBGE estima para este ano safra recorde de grãos no país
Só o Rio Grande do Sul responde por quase 60% da produção de arroz.
A expectativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é que este ano o país registre sua maior produção de grãos, com 123,9 milhões de toneladas, superando o recorde de 2003, que foi de 123,6 milhões de toneladas. O resultado seria 6,3% maior que o do ano passado.
– A recuperação da produtividade, que vem ocorrendo especialmente nas lavouras de soja, milho e algodão, os principais produtos de exportação, deve contribuir para esse recorde. Com os maiores investimentos em tecnologia e o clima, que deverá ser favorável, poderemos atingir esse resultado – explicou o pesquisador do IBGE Neuton Rocha.
A continuidade das chuvas, contudo, poderá prejudicar a primeira safra de feijão nos estados do Paraná, Minas Gerais e São Paulo.
– Nesses estados está chovendo bastante. E o feijão não gosta, nem de muito sol, nem de muita chuva – afirmou Rocha.
– Outro prejuízo pode ocorrer também para a soja precoce, que é plantada mais cedo, em Mato Grosso. Se essa colheita ocorrer agora, como já está acontecendo, pode ser que tenhamos quebra na produtividade, notadamente no norte do estado.
Rocha disse que um produto que pode trazer preocupação é o arroz, cuja produção é bem próxima ao consumo no país.
– Os produtores gaúchos sofreram uma descapitalização e ficaram com pouco dinheiro para plantar, devido a prejuízos de safras passadas. Só o Rio Grande do Sul responde por quase 60% da produção de arroz.
Segundo o pesquisador, há uma tendência de recuperação de preços, tanto no mercado interno quanto no externo, especialmente dos produtos mais exportados: soja, milho e algodão.
– Os preços já estavam baixos e, com as estimativas de safras internacionais mais fracas, em países como os Estados Unidos, a demanda externa aumenta e assim, também, a pressão sobre os preços no mercado interno.
Dentre os 11 produtos pesquisados, seis devem a apresentar produção maior neste ano. Algodão herbáceo em caroço deve aumentar 24,5%; milho primeira safra, 11%; e soja, 5,1%. As reduções devem ficar por conta do amendoim em casca primeira safra (-12,2%) e arroz em casca (-4%).