Impacto ambiental

 Impacto ambiental

Imagens termográficas estabelecem correlação com o estado fisiológico de diferentes genótipos sob estresse

Pesquisa busca descobrir
as respostas que o arroz
dá às alterações climáticas
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 Para buscar uma boa base de informações sobre os diferentes mecanismos fisiológicos, bioquímicos e moleculares que diferentes genótipos de arroz utilizam para responder às frequentes alterações do ambiente, a Embrapa Clima Temperado, de Capão do Leão (RS), a Embrapa Arroz e Feijão, de Santo Antônio do Goiás (GO) e a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) realizam pesquisas conjuntas. O objetivo é gerar cultivares superiores nas respostas às amplitudes térmicas, explica o pesquisador Giovani Brito, coordenador do projeto.

Segundo ele, uma das grandes preocupações é determinar a relação das amplitudes de variações térmicas e o manejo racional, buscando tornar mais eficiente o uso da água na lavoura, e quantificar o impacto destes fatores sobre a produtividade final das áreas arrozeiras. “Os estudos têm a finalidade de desenvolver e validar procedimentos de fenotipagem fisiológica não invasiva aplicáveis em larga escala objetivando sua integração aos programas de melhoramento genético de modo a reduzir os gaps que persistem entre genotipagem e fenotipagem refinada de plantas”, diz Brito.

Segundo o pesquisador, os estudos apresentam resultados iniciais que permitem vislumbrar para o ano agrícola 2016/17 a possibilidade de posicionar algumas abordagens nos programas de melhoramento genético, notícia que é saudada pelos melhoristas. Isso trará economia de tempo e serviço para identificar, dissecar e incluir genótipos com potencial superior aos blocos de cruzamento dos programas genéticos.

Até agora as pesquisas apontam que os resultados – obtidos a partir de imagens termográficas de alta resolução e a sua correlação com o estado fisiológico de diferentes genótipos de arroz sob estresse, por meio de um conjunto de análises – permitem a identificação e posterior dissecação das respostas frente a um determinado fator de estresse, como exemplos: calor, frio e deficiência hídrica.

“Embora haja limitações referentes à capacidade de fenotipagem refinada a campo que limitam a habilidade para dissecar, em especial caracteres genéticos quantitativos e em particular aqueles relacionados ao rendimento e à tolerância a estresses abióticos, os avanços no desenvolvimento de sensores, na modelagem e no aumento da capacidade de gerenciar e processar os dados gerados poderão ampliar as possibilidades e auxiliar na redução deste gargalo”, finaliza Giovani Brito.

FIQUE DE OLHO
Além da busca de reduzir o tempo de desenvolvimento de novas variedades de arroz, ou aprimorar aquelas já existentes, a pesquisa é estratégica diante de um cenário mundial de mudanças climáticas e eventos extremos. “Diante do desafio de produzir cada vez mais, com maior eficiência e superando as diversas limitações produtivas, esta pesquisa é muito promissora e abre um novo horizonte para o campo do melhoramento genético”, argumenta o pesquisador Paulo Fagundes, melhorista da Embrapa Clima Temperado.

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