Indicador do arroz sobe 30% em agosto e governo sinaliza com retirada da TEC

Agentes reportam negócios por até R$ 115,00 para variedades nobres e a prazo no RS, mas o indicador.

Nesta terça-feira, 25 de agosto, o mercado de arroz em casca voltou a registrar expressivo avanço dos preços no Rio Grande do Sul, segundo o Cepea/USP, responsável pela publicação do indicador de preços da saca de arroz (58×10) em casca Esalq/Senar-RS. O valor referencial subiu, 4,69 em dois dias e alcançou R$ 88,49 por saca, e chegou a US$ 16,02. São exatamente US$ 4,00 (R$ 22,11) sobre os preços de fechamento dos contratos futuros para 14 de setembro na Bolsa de Chicago, hoje, nos Estados Unidos, em US $ 12,02 e US $ 3,95 sobre os contratos de novembro cotados a US $ 12,07 (R$ 21,83).

Há, porém, uma diferença. Nos Estados Unidos os contratos são calculados em quintal (cwt) que equivalem a 45,36 quilos, e não em 50 quilos como no Sul do Brasil. Assim sendo, uma saca equivaleria a US$ 13,25 em setembro e US$ 13,30 em novembro, com variação de US$ 2,77 (R$ 15,31) a US$ 2,72 (R$ 15,04) dos preços locais acima das cotações norte-americanas.

Segundo o Cepea, a intenção de muitos demandantes em repor estoques da matéria-prima, mesmo que alguns estejam supridos, auxiliou no aumento das cotações, que renovaram o recorde real da série histórica. O maior valor histórico, anterior a esta alta, é de 2008 e corresponde a cerca de R$ 71,80.

Frente a mais um avanço das cotações, ainda que contrariado, o governo federal passou a cogitar com mais força a suspensão da Tarifa Externa Comum (TEC), de 12%, até fevereiro, conforme reivindicado pelo segmento industrial, com apoio de tradings e segmentos do varejo. Fontes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) confirmaram à Planeta Arroz que a medida não era do interesse do governo, mas que diante do quadro tende a ser uma das ferramentas usadas para assegurar o fluxo de oferta ao mercado e preços adequados aos consumidores, ainda remuneradores aos arrozeiros, mas mais condizentes com a realidade e com a necessidade de abastecimento “mesmo que as cotações internacionais também sejam altas”.

Por telefone, representantes do MAPA informaram nesta terça-feira à AgroDados/Planeta Arroz, que a esperança é de que os agricultores ampliem a oferta do grão mediante o anúncio da medida, de forma a amenizar a demanda externa. “É uma medida que ninguém gostaria de adotar, mas a conjuntura de mercado e a importância e posicionamento do arroz na cesta básica está nos deixando sem opções”, informou um dirigente do alto escalão do Ministério.

Representantes da indústria têm reunião agendada com representantes do Ministério da Economia, que já está pressionado pela elevação dos preços ao consumidor, para debater o pedido de suspensão da tarifa até fevereiro para a aquisição de até 300 mil toneladas de arroz de países de fora do Mercosul. Segundo dirigentes industriais, a retirada da TEC, mesmo que temporária, não é confortável nem para a indústria e nem para o governo, mas diante do cenário de perda das referências e falta de oferta, e com a Conab sem estoques públicos para ajudar a equalizar os preços e o Mercosul com limitações para atender ao Brasil, este pode ser o único mecanismo viável.

Ainda que a retirada da TEC tenha por princípio uma consulta e concordância dos demais sócios do Mercosul, setores do governo acreditam que devido à eventual retirada da taxa sobre outros produtos pelos outros países-membros, em alguns momentos críticos e sob argumento de necessidade, o Brasil tem autonomia para decidir por uma solução temporária individualmente. Pelo menos outros dois grãos deverão seguir o mesmo caminho.

5 Comentários

  • Só haveria justiça na medida se reduzissem também as taxas para importação de insumos agricolas do Mercosul. Quem vai controlar se entrarão apenas 300.000 toneladas pelas fronteiras? É pura sacanagem com o produtor reduzir a TEC… A industria vai chegar na colheita entupida de arroz e vão pagar o que quiserem na colheita. Tenho pena dos CPRs… Vão entregar arroz a 35 pila de novo! Não acreditam??? Me chamavam de louco quando eu dizia que venderiamos arroz a 90… soja a 120… Esse dia chegou!!! Entendem pq no Brasil a Lei da Oferta e da Procura nunca existiu… Cadê os defensores dela agora??? Some tudo!!! E dai a indústria faz o seu joguinho e todos aceitam pacificamente!!!

  • Complementando! Foi a própria indústria que exportou sabendo que poderia faltar agora. Eles lucraram na exportação e agora querem lucrar na suba. Mas vamos supor que alguns produtores tenham sido beneficiados, segundo Irga e Conab colhemos mais de 8.000 kg/ha. Onde está todo esse arroz? 11 milhões de toneladas? O que fizeram com o resto se foi exportado menos de 1,1 milhões de toneladas… Tem algo que não bate!

  • foraam crescer o olho e agora já estao reclamando, pq nao fizeram um meio termo??? pq explorar desse jeito???terrorismo se combate com guerra, se tivessem ficado menos ganaciosos ano que vem arroz seria 60,00 , agora vao pagar 35,00 , mais vcs são espertos e a consumidor final que se exploda vcs são uma vergonha , os prodututorres porbres continuaram pobres e o resto vai ficar mais fico

  • Pessoal , compreendo que havia uma necessidade de melhor remuneração para o agricultor , mas esta abusivo o que estão fazendo . Muita gente desempregado , muitas familias passando fome e voces vem com esse ‘ assalto ‘ a materia prima ? cade o senso de responsabilidade social ? o pais e grande , tem policitos corruptos e gente que não esta nem ai pelos menos favorecidos , é justo vcs ficarem mais ricos e os probres morrem de fome ? . Vamos ter conciencia e olhar o ser humano , arroz e o principal alimento do pobre e voces agricultores estão acharcando eles . Concordo que a saca deveria ter sido melhor remunerada , 5% ate 15% , mas para o teto que foi é …..interromper a alimentação do pobre , o governo ja demorou em retirar a TEC , vou mais alem , deveria colocar uma taxa de 30% para exportação e autorizar somente 10% da produção de cada agriculator ao ano para exportar e ai acabaria essa festa .

  • Mais um paulista com a mesma ladainha….quando o arroz desceu a níveis de menos de R$ 20,00 o saco ninguém apareceu para defender o produtor, que lutou contra o prejuízo e o endividamento…..não há ninguém passando fome devido ao preço do arroz…..parem com essa conversinha fiada….ainda está barato, tem margem para subir mais….ou então comam massa, que muitos diziam que é substituto do arroz…..”mais barato” aproveitem o momento!!!

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