Inimigo à solta
O percevejo ataca mais de 30% da lavoura .
O percevejo-do-colmo (Tibraca limbativentris) é uma das principais pragas do arroz irrigado no Rio Grande do Sul, pois ataca mais de 30% da lavoura orizícola, especialmente as regiões da Fronteira Oeste e Depressão Central. Segundo o entomologista Jaime Vargas de Oliveira, do Irga, o orizicultor deve ter estratégias de manejo bem elaboradas antes da implantação da lavoura. Assim, é importante determinar a densidade populacional, níveis de danos e período crítico da cultura em relação à praga.São necessárias amostragens semanais.
Todo este cuidado tem um motivo. O percevejo pode causar pesados danos. A partir de setembro os adultos atacam a lavoura. “As fêmeas colocam os ovos de preferência na parte inferior da folha”, explica Oliveira. Depois surgem as formas jovens que, a partir do segundo estágio, atacam o arrozal. A longevidade das fêmeas é em média 100 dias, colocando até 800 ovos.
Os danos causados por este inseto ocorrem em dois estágios das plantas: após a emergência atacando a plântula, causa a morte da folha central ocorrendo o sintoma do coração morto; e na fase da panícula, sendo o que causa maiores danos, pois ataca o colmo provocando a formação da panícula branca. A observação dos insetos deve ocorrer pela manhã, pois encontram-se na parte superior das plantas, facilitando a amostragem. Em março os adultos deixam a lavoura.
Destacam-se como hospedeiros: rabo-de-burro (Andropogon sp.) com amostragem de 105 insetos numa touceira; o macegão (Paspalum urvillei) com 10 percevejos por touceira; as taipas cobertas com palhas da colheita – 41 insetos por metro quadrado -, os quadros nas partes altas e secas cobertos com palha – 10 insetos por metro quadrado.
Manejo do inseto
– Eliminação das plantas daninhas
As plantas hospedeiras nos canais de irrigação, ruas e bordas da lavoura, devem ser destruídas para evitar que os insetos se abriguem na hibernação.
– Destruição da resteva
A eliminação da resteva, através de roçadeira, incorporação por grade, ou colocação de animais, auxilia na redução de população dos insetos. As socas com palhas do arroz são locais favoráveis ao abrigo dos insetos.
– Aração do solo
Preparo do solo tornará o ambiente desfavorável ao inseto e diminuirá a população por exposição ao ataque de predadores e ao frio.
– Evitar a queima
A queima de restos culturais, de plantas daninhas e da resteva provoca um grande desequilíbrio, pois elimina os inimigos naturais, facilitando a ocorrência de pragas.
– Químico
Quando a população de insetos for superior a 2-3 percevejos/m² causará danos, logo o controle químico é necessário.