Irga de Camaquã participa de Dia de Campo na AUD

(Por Irga) A equipe do 3º Núcleo de Assistência Técnica e Extensão Rural do Instituto Rio Grandense do Arroz está mobilizada para o Dia de Campo de Camaquã, que ocorre nesta quinta-feira (10). O evento é uma realização do Irga, Associação dos Usuários do Perímetro de Irrigação do Arroio Duro (AUD) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Um dos destaques é o mosaico com o desenho de uma panícula de arroz e as palavras Irga e AUD que foi montado na Estação Experimental da Planície Costeira Interna.

As palavras foram desenhadas com arroz sobre uma área irrigada. As parcelas foram semeadas em final de novembro nas demarcações que foram traçadas no campo. Os detalhes em curva foram feitos com enxada no momento da entrada d’água.

“Levamos um dia para demarcar, um dia para semear, um dia para os tratos culturais, adubação e mais dois dias para arrumar os detalhes. Hoje ele está com cerca de 70 dias de semeado. A semeadura e o manejo foram realizados conforme as recomendações técnicas para o cultivo arroz irrigado. Com exceção da época de semeadura, que foi atrasada propositalmente para que o ciclo desejado coincida com a data do Dia de Campo”, conta o responsável pelo 3º Nate, engenheiro agrônomo Marcelo Ely.

O projeto foi idealizado pelo técnico agrícola Davi Piazzetta e Marcelo Ely. O mosaico foi montado por Piazzetta e equipe de trabalho da estação de pesquisa Macio Varante, Luiz Robetto Colombi e João Carlos da Rocha.

41 ANOS DE IRGA
“Faz alguns anos que eu estava querendo fazer algo diferente para o dia de campo, algo para nossos visitantes. Agora consegui concretizar o meu sonho, pois vai fazer 41 anos de luta, trabalho e dedicação a minha instituição que sempre prezei. Estou no Irga desde 1981. Comecei na autarquia quando a produtividade era em torno de 2.000 quilos por hectare. Hoje estamos perto dos 10.000kg/ha graças ao trabalho do instituto e de outras entidades”, afirma Piazzeta.

“Nesses anos, passei por todas as funções no instituto. Comecei com projetos de irrigação e drenagem e projetos de extensão, também assistência técnica e projetos demonstrativos nas lavouras. Na época começamos a sistematização do solo e era feito transplante de mudas para produzir sementes com qualidade para o plantio do próximo ano”, comenta o técnico agrícola.

“Muita área eu projetei e demarquei para a sistematização do solo aqui na região, muitos projetos para a construção de açudes, levantes d’água, nivelamentos de canais e drenos, acompanhamento das áreas para produção de sementes e certificação em laboratório. Também trabalhei seis anos como analista de sementes em laboratório. Outro trabalho que faço há mais de 20 anos é o acompanhamento e monitoramento da Lagoa dos Patos, onde faço análise da água do teor em que se encontra a salinidade (sal) e oriento o usuário até em que grau pode ser usada a água para irrigação sem prejudicar a lavoura. Quando foi firmado o convênio entre Irga e AUD, planejei a colônia cedida pela associação, sistematizei, planejei viveiro para a produção de mudas de arroz junto a administração da AUD, depois, com a chegada das variedades CL (Clearfield). Hoje utilizamos a área com vários projetos da pesquisa com arroz e até com milho e soja irrigados. Na área do arroz, temos projetos com melhoramento genético com pré-germinados e com materiais convencionais do Irga. Atualmente faz mais de 20 anos que cuido da estação do instituto”, acrescenta Piazzetta.

“Na área de cursos, desde os anos 90, atuo dando treinamento de nivelamento desde os níveis óticos, posteriormente laser, e hoje estou me preparando para RTK e drones, aonde podemos fazer os levantamentos planealtimétricos das lavouras e fornecer o trabalho do nivelamento ao produtor em pen-drive que é adicionado a um trator com piloto automático instalado para construir o sistema de entaipamento da lavoura de arroz, assim como também a drenagem para as lavouras de culturas do sequeiro. Também dou cursos e orientação para a preparação de irrigadores para o melhor manejo e funcionamento das lavouras, com o objetivo de se obter melhores produtividades. Vejo hoje, como uma grande necessidade nas lavouras, que o Irga precisa disponibilizar e avançar na área de treinamentos com produtores e cooperantes para melhorar a atuação e a administração. Com o avanço da tecnologia, se faz necessário o aprendizado técnico ao produtor. Precisamos especializar a mão de obra, melhorar o manejo nas lavouras, com o objetivo de buscar maiores produtividades e rentabilidade”, conclui.

O presidente do Irga, Rodrigo Machado, destaca a dedicação da equipe do Irga de Camaquã. “Nosso pessoal de Camaquã está de parabéns pelo excelente trabalho que está desenvolvendo para o evento do dia 10. A equipe toda merece elogios pelo apoio fundamental que dá para os produtores orizícolas da região. Davi Piazzetta, por exemplo, está há muitos anos no Nate de Camaquã realizando um importante trabalho na extensão rural”, comenta Machado.

O Dia de Campo será na Estação Experimental da Planície Costeira Interna, que está sendo conduzida pelo Irga mas é de domínio da AUD. Os visitantes contarão com estações técnicas, que abordarão o arroz irrigado, soja e milho em terras baixas. As estações estarão a cargo das equipes do Irga, Embrapa, UFPel e Ufrgs. O público-alvo são orizicultores, estudantes e técnicos ligados ao agro, bem como a sociedade em geral relacionada à atividade rural.

PROGRAMAÇÃO DO DIA DE CAMPO
Manhã
A partir das 8h30min, começam as visitas às estações com os temas:

Manejo do arroz irrigado e estratégias de adubação
Melhoramento genético para cultivares de arroz irrigado
Cuidados que devemos ter para uma eficiente rotação de cultivos para arroz irrigado
Meio-dia

Almoço com palestra do economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, sobre análise e perspectivas para os custos e mercados de arroz e soja
Tarde

Aberto à visitação, com acesso aos demais ensaios e estandes dos parceiros do evento