Irga divulgará resultado do Censo Arrozeiro
Diagnóstico sobre setor de arroz irrigado será divulgado em abril .
O levantamento foi feito pela aplicação de questionário a 15 mil produtores, em 9 mil propriedades de 136 municípios arrozeiros do Estado, tarefa confiada a 80 recenseadores vinculados aos 40 núcleos de assistência técnica do Irga. Ele serve de base para a composição de novas diretrizes, programas e estratégias de desenvolvimento da cultura nos próximos dez anos.
– A consulta informa quantos agricultores plantam, como plantam, a situação fundiária (terras próprias e arrendadas), a extensão média das propriedades, a área total de cultivo, permitindo um amplo diagnóstico do setor, para melhor ajustá-lo às exigências do competitivo mercado de commodities – explica Maurício Fischer, novo diretor presidente do Irga e responsável pela coordenação do trabalho.
De forma prática e objetiva, os produtores forneceram informações pertinentes às suas lavouras, sobre número de tratores e colheitadeiras em operação, idade do maquinário, tipos de cultivo (mínimo, plantio direto, pré-germinado, convencional), colheita, empregados, estágio tecnológico, uso de adubação e defensivos agrícolas, sistemas de aplicação de água e, ainda, controle ambiental.
– Tivemos o cuidado de obter dados fidedignos e atualizados, para atribuir o devido peso a cada um deles no contexto do processo – explica Fischer.
Ele ressalta, ainda, o caráter confidencial da investigação:
– As respostas pessoais de cada agricultor foram organizadas em números absolutos, sem revelar a origem, servindo para uso exclusivo do Governo do Estado – garante.
Em janeiro passado, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou sua estimativa de safra mundial de arroz, informando que serão produzidas 406,9 milhões de toneladas – estimativa era de 406,8 milhões de toneladas em dezembro de 2005 – do grão beneficiado, devendo resultar o estoque de passagem em 66,1 milhões de toneladas.
A China permanece liderando o ranking, devendo produzir 127,4 milhões de toneladas, seguida por Índia (85 milhões), Indonésia (34,9 milhões), Bangladesh (26,7 milhões), Vietnã (22,5 milhões) e Tailândia (17,9 milhões). O Brasil aparece na lista do USDA com 7,8 milhões de toneladas de arroz beneficiado, mesmo volume dos Estados Unidos, respondendo por 1,7% da produção mundial. Em termos econômicos, a cultura orizícola gaúcha representa 50% da produção do Brasil, 2,56% do Produto Interno Bruto do Rio Grande do Sul e 232 mil empregos. As 282 indústrias de beneficiamento do setor geram em torno de R$ 220 milhões em impostos.
A fim de aumentar o consumo do arroz gaúcho no Brasil, acabar com os excedentes de produção, incrementar a renda do produtor e, ao mesmo tempo, induzir a hábitos alimentares saudáveis entre a população, o Governo Rigotto e o Irga promoveram a campanha Marketing do Arroz.
A iniciativa integrou o Programa Arroz RS, que, desde 2003, fez crescer a produtividade em torno de 24%, superando em 1,5 mil quilos por hectare a média do Estado, ajudando, com isso, a livrar o país da dependência das importações para o abastecimento do mercado interno. A primeira etapa concentrou-se na emissão de um selo de qualidade e na divulgação, dentro das fronteiras do Estado, através da mídia, da meta de aumentar o consumo anual em um quilo por habitante ao longo de cinco anos.
A campanha levou ao conhecimento da população local o verdadeiro valor do arroz em termos nutricionais e as vantagens de incluí-lo na refeição diária. Com igual conteúdo e direcionamento, ela será estendida às demais regiões nos próximos meses. Foram considerados os hábitos contemporâneos, a maior inserção da população no mercado de trabalho e a falta de tempo, fatores que colaboram para uma alimentação menos saudável, estimulando o consumo de lanches rápidos.
Por exemplo: o cereal não possui colesterol nem glúten, previne doenças do sistema digestivo e regula a flora intestinal. Estudos comprovam que o alto teor de amilose, substância presente no produto, propicia menor resposta glicêmica e a diminuição da quantidade de triglicerídios no sangue, o que é muito benéfico à saúde humana.