Irga propõe duas safras de milho irrigado em áreas de arroz

 Irga propõe duas safras de milho irrigado em áreas de arroz

(Por Cleiton Santos/Revista Planeta Arroz) Uma das atrações do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) na 22ª Expoagro Afubra, cuja programação prevê o Dia do Arroz para esta quarta-feira, 20, será a estação tecnológica dedicada ao cultivo de milho irrigado em ambiente de terras baixas, em sistema de rotação com a lavoura arrozeira. Enio Coelho, engenheiro agrônomo que responde pela Coordenadoria Regional do Instituto na Região Central, explica que se há 10 anos era impensável produzir milho em várzeas, hoje não só esta é uma realidade, mas também é possível fazer duas safras numa mesma temporada: uma de milho grão e outra de milho-silagem.

“Há tecnologia que permite o cultivo do milho em áreas favoráveis das terras baixas. Semeando em agosto, quando já há interferência da primavera, é possível ao agricultor colher uma primeira safra de milho-grão e, em seguida, replantar para fazer uma colheita de milho-silagem. Para a pequena propriedade isso é muito relevante pelas diversas utilizações que o milho tem na atividade rural”, explica Coelho. A prática também é recomendável por manter o solo coberto e em uso por mais tempo, rotacionar os sistemas de controle de pragas, doenças e invasoras e permitir que o solo recupere as suas melhores condições químicas e físicas.

“A exploração permanente de uma cultura, como é o caso histórico do arroz, cultivado há mais de 120 anos na região, acaba demandando um tipo específico de nutrientes preferencialmente. Ao alternar os cultivos e adotar uma cobertura de inverno, tipo aveia, trevo persa entre outros, conseguimos melhorar as condições químicas e físicas do solo e, por consequência, a sua fertilidade”, observa Enio Coelho. A estação tecnológica dirigida ao milho será apresentada pelo professor Paulo Régis da Silva, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, consultor do Irga, e um dos profundos conhecedores do cultivo de milho em terras baixas.

Outras três estações serão apresentadas pelo Irga durante o Dia do Arroz. Ainda falando sobre diversificação de cultivos, a soja que já consolidou 505 mil hectares semeados em terras de arroz (metade do tamanho da lavoura rizícola) no Rio Grande do Sul na safra 2022/23 estará em foco. “Será uma apresentação didática sobre manejo, irrigação, drenagem e nutrição, pois as mesmas dificuldades que os agricultores tiveram nesta temporada em suas lavouras na região, nós tivemos aqui nas parcelas. O clima foi desafiante”, reconheceu Enio Coelho, que apresentará a estação com o engenheiro agrônomo do Nate de Rio Pardo, Ricardo Tatsch.

Ricardo Tatsch e Enio Coelho, do Irga: milho como mais uma ferramenta a somar-se ao sistema de produção do arroz

VERMELHO

Como o Dia é do arroz, duas estações são dirigidas à cultura. Os métodos de manejo do arroz vermelho, planta infestante que tolera alguns herbicidas e reduz o valor de mercado do grão comercial, apresentados e debatidos pela doutora em Ciências do Solo, Mara Grohs, coordenadora da Estação Regional de Pesquisa em Arroz do Irga, na Barragem do Capané, Cachoeira do Sul. Mara abordará os sistemas de manejo agronômicos e pelo controle químico. “Não basta aplicar um defensivo e voltar dias depois para ver o resultado. O controle de infestantes, em especial do arroz vermelho, demanda um conjunto de medidas preventivas e de combate”, afirmou a cientista.

Já os níveis de adubação, seus métodos e impactos serão apresentados pelos pesquisadores e extensionistas Gionei Assis e Nelson Cardoso. “Abordaremos a demanda nutricional das plantas conforme as condições de manejo, almejando altas produtividades e a melhor resposta aos insumos”, antecipou Nelson Cardoso. São esperadas duas dezenas de excursões de rizicultores familiares da Região Central gaúcha para o evento, organizadas pelos Núcleos de Assistência Técnica e Extensão (Nate´s) do Irga e mais uma centena de produtores que virão por conta própria ao Parque de Exposições da Expoagro Afubra, na BR 471, em Rincão Del Rey, Rio Pardo. O acesso ao parque e às estações experimentais do arroz e culturas alternativas são gratuitos.

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