Lavoura de Cachoeira do Sul será modelo para o Irga

Uma lavoura de arroz em Cachoeira do Sul (RS) será referência para um futuro projeto do Irga para orientar e incentivar os orizicultores para o aumento de produtividade do cereal.

A lavoura de arroz da Fazenda Guajuvira, em Cachoeira do Sul (RS), será referência para um futuro projeto do Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga) para orientar e incentivar os orizicultores para o aumento de produtividade do cereal.

O engenheiro agrônomo Valmir Menezes, gerente do departamento de fitotecnia do Irga e coordenador do Projeto 10 (meta de produção de 10 mil quilos de arroz por hectare nas lavouras gaúchas), visitou hoje a Fazenda Guajuvira e ficou surpreso com o trabalho desenvolvido pelo produtor Paulo Menezes. A área de 100 hectares, Já na reta final de colheita, ficará com uma média de produtividade superior aos 10 mil quilos de arroz por hectare, resultado raramente alcançado na maioria das lavouras.

“Não há nada de extraordinário na lavoura da Fazenda Guajuvira, mas sim coisas simples extraordinariamente bem feitas”, resumiu o pesquisador do Irga. A qualidade da lavoura cultivada em Cachoeira do Sul despertou em Valmir Menezes a idéia de desenvolver um novo programa do Irga que adotará as técnicas usadas na Fazenda Guajuvira como referência.

“A lavoura da Guajuvira é um benchmark. É a agricultura de precisão que garante bons resultados e serve de referência. É um conjunto, onde a semeadura foi feita na época certa, a nutrição do solo foi equilibrada, o controle de plantas daninhas foi eficiente, o manejo da água foi correto e o resultado está sendo colhido com qualidade e produtividade”, observa Valmir Menezes.

A lavoura de arroz da Fazenda Guajuvira é no sistema pré-germinado, tipo de cultivo que é feito em apenas 10% da área cultivada com arroz no Rio Grande do Sul. Segundo o agrônomo Pedro Souza, do Grupo de Pré-germinado e que trabalhou na área de pesquisa do Irga durante 28 anos, Cachoeira do Sul está resgatando sua história de sucesso na orizicultura por ter na Fazenda Guajuvira a alta qualidade e produtividade de arroz.

Em uma área de 1,8 hectare da lavoura de Paulo Menezes, a média de produtividade chegou a 14,8 mil quilos de arroz por hectare, uma marca muito difícil de ser alcançada até mesmo nas lavouras da fronteira oeste do Rio Grande do Sul, onde estão os solos mais férteis para o cultivo de arroz.

O percentual de grãos inteiros colhidos na Fazenda Guajuvira também está acima da média, chegando a 64% em alguns carregamentos. “Acredito que na média terei cerca de 61% de grãos inteiros”, comemora Paulo Menezes.

PRECISÃO

A proposta de levar para outros produtores as técnicas usadas na lavoura da Fazenda Guajuvira, a chamada agricultura de precisão, terá como base as orientações sobre o manejo geral da lavoura e as condições do solo. Para isso serão necessárias análises no solo e todo um acompanhamento dos resultados e comparativos feitos a partir dos registros do produtor Paulo Menezes.

O produtor tem anotações detalhadas de quantidades de adubação, herbicidas e outros controles feitos separadamente nos 26 quadros da lavoura, que em média têm 2,96 hectares cada um.

A área que hoje apresenta excelentes resultados estava infestada de arroz vermelho no final da década de 90. A mudança aconteceu a partir da sistematização do solo, que permitiu o controle do arroz vermelho com o plantio de arroz pré-germinado.

PRÉ-GERMINADO

A lavoura de arroz de Paulo Menezes é no sistema pré-germinado, tipo de cultivo que é feito em apenas 10% da área cultivada com arroz no Rio Grande do Sul.

As vantagens deste método estão diretamente relacionadas ao preparo do solo, pois o terreno deve ser completamente nivelado para garantir a inundação completa da área antes do plantio e uma irrigação perfeita durante o desenvolvimento da planta.

A inundação completa pelo período de aproximadamente 30 dias antes da semeadura provoca a morte de plantas invasoras, entre elas o arroz vermelho, principal inimigo dos arrozeiros.

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