Leilão 1

Os 13 leilões da Conab, realizados na Bolsa de Mercadorias do Rio Grande do Sul, do dia 13 de agosto até 24 de outubro de 2002, ofertaram 523.016 toneladas e negociaram 522.059 toneladas, cor-respondendo a 99,82% do total ofertado. Os preços, a partir do quarto leilão, apresentaram altas contínuas e permanentes. Embora alguns lotes tenham apresentado problemas de qualidade, a disputa foi intensa em todos eles. Em alguns negócios, os volumes iniciais de compra superaram a oferta em mais de sete vezes e com o número de lances para concretizar o fechamento dos lotes, em algumas oportunidades, ultrapassando 30 ofertas.

 

Leilão 2

Ao contrário de anos anteriores, quando a utilização dos leilões dos estoques públicos acabava sendo um instrumento de aviltamento de preços, com muitos negócios sendo fechados no primeiro lance, pelo preço de abertura, e muitas vezes pelo armazenador, neste ano a competência do setor produtivo, a organização da cadeia produtiva, a escassez do arroz em algumas regiões no Brasil e a utilização adequada do mecanismo como definidor real de preço, refletindo a realidade da oferta e da demanda, contribuíram decididamente para, inclusive, alavancar os preços do mercado disponível, ao nível de produtor. 

 

Leilão 3

Além das três bolsas que operam no estado, a Bolsa do Estado do Rio Grande do Sul (BMRS), a Bolsa da Metade Sul (BMS) e a Bolsa de Mercadorias de Uruguaiana (BMU), várias outras participaram ativamente dos pregões, destacando-se as bolsas do Centro-oeste, Brasília, Maringá, Uberlândia, Goiás, Santa Catarina e de Londrina. O grande interesse nas ofertas acabou contribuindo fundamentalmente para alavancar os preços dos lotes e justificando a utilização da bolsa de mercadorias como referencial absoluto na determinação do preço real, justo e adequado de um produto. No primeiro leilão, o preço médio alcançou R$ 19,16 e o último, R$ 26,91, com variação de 40,45%. 

 

A disparada do dólar, foi fator decisivo para o aumento dos preços do arroz nacional. Este fator continuará influenciando as cotações?

 

Em alta

Nesta safra, o aporte de recursos alcançado pela cadeia produtiva junto ao Governo Federal chegou a R$ 408 milhões no mercado de opções, correspondendo a sustentação de preços de 1,018 milhão de toneladas no RS.

 

Em baixa

Apesar do montante de recursos, o desembolso real do Governo foi inferior a 2% do valor, pelo exercício da opção, que ficou em torno de quatro mil toneladas adquiridas pela União, aproximadamente. Além da recom-pra e do repasse (o pagamento de prêmio), o desembolso do Governo totalizou valor inferior a R$ 8 milhões.

 

Cenário

1) O momento é especialmente favorável à agricultura brasileira, com a soja e o arroz batendo recordes de valorização. Nos últimos leilões, mesmo com a cotação do dólar oscilando bastante, a valorização do arroz nos leilões da Conab superou a média de R$ 24,00 por saca de 50 quilos. Mesmo que, em dólar, o produto ainda não tenha batido o seu recorde de valorização, o momento é considerado muito positivo, com preços remuneradores.

2) O problema é que muitos produtores, principalmente aqueles que mais precisavam se capitalizar por questões de endividamento ou necessidade de formar a nova lavoura, já venderam toda a produção. Quem esperou para vender no pico da entressafra, que vai de outubro a fevereiro, vai ter boa rentabilidade com o arroz.

 

Surpresa no MT

O estado do Mato Grosso surpreendeu a todos, nesta primeira semana de novembro, com o anúncio de que manterá a área plantada, em torno de 450 mil hectares, para a safra 2002/2003. A estimativa, há 45 dias, era de que a redução ficaria em torno de 20% desta área, ou 360 mil hectares, com uma produção estimada em 850 mil toneladas a 900 mil toneladas, bem abaixo da necessidade de suprimento da capacidade de beneficiamento da indústria mato-grossense, que é de 1,2 milhão de toneladas. Mesmo assim, há fuga da produção daquele estado, principalmente para Goiás e São Paulo. Assim, a indústria mato-grossense precisará importar arroz de outros estados brasileiros se quiser funcionar efetivamente em 2003.

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