Leilão de Dom Pedrito repercutiu no mercado
Apesar de vender apenas 10,8% da oferta, o leilão garantiu um sinalizador de preços e um ligeiro aquecimento nos negócios fora do pregão.
Apesar de vender apenas 10,8% da oferta, O leilão de arroz promovido pela Bolsa de Mercadorias da Metade Sul (BMS) na última sexta-feira, em Dom Pedrito, durante o Seminário Lavoura em Evolução, teve uma repercussão maior do que o esperado para o mercado da região da Campanha. Depois de fazer uma média de R$ 30,63 para o saco de 50 quilos de arroz com rendimento acima de 58% de inteiros, o leilão sinalizou preços também para outros negócios.
Lotes retirados do leilão por falta de lance das corretoras participantes, acabaram sendo negociados com a indústria. Apenas um produtor vendeu 1.200 sacos de produto com rendimento de 55% a 57% por R$ 30,50 o saco de 50 quilos, com pagamento à vista. O pagamento e a entrega foram realizados ainda durante o final de semana.
Houve ofertas também para produto colocado em Santa Vitória do Palmar, mas sem concretização de negócios. Por estas sinalizações, a BMS planeja a realização de um leilão no decorrer da semana em Pelotas. Uma indústria também ofereceu R$ 32,00 por saco de 50 quilos para um lote de 600 sacos, posto em Dom Pedrito, com rendimento de 62% a 64% de inteiros, mas o produtor não aceitou o negócio.
O vice-presidente da Associação dos Agricultores de Dom Pedrito, Valter José Pötter, que assume nesta segunda-feira a presidência da Federarroz, considera que o leilão cumpriu o papel de apresentar de maneira didática a comercialização pela Bolsa de Mercadorias aos produtores presentes ao Seminário Lavoura em Evolução, sinalizar para um preço mínimo de venda do produto de qualidade acima dos R$ 30,00/50Kg e demonstrar que a indústria mantém interesse no produto.
Diante do cenário das últimas semanas, temos que considerar o leilão acima da expectativa pelo que representou, explicou Pötter. Segundo ele, os negócios realizados posteriormente também indicam que o mercado começa a absorver a idéia de exportação como uma realidade e tende a aceitar a paridade dos preços internacionais também internamente.