Leilão do PEP traz boa expectativa ao mercado do arroz

Segundo leilão deve manter trajetória de recuperação dos preços, aposta Federarroz.

O segundo leilão de PEP, programado para a próxima terça-feira, dia sete de dezembro, traz boas perspectivas ao mercado de arroz no Sul do Brasil. Renato Rocha, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), destaca que o mecanismo é responsável pelo indicador do Arroz do Cepea/Esalq e BVM&F ter fechado novembro em alta de 1,46% ao contrário da queda registrada em agosto, setembro e outubro. “O primeiro leilão do PEP não só travou a queda, como ajudou a recuperar os preços, fez o mercado fluir e apresentar maior liquidez”, explica.

Segundo Rocha, a confirmação do segundo leilão reforça essa política de recuperação do mercado de arroz. “O valor pago é, no mínimo, o preço mínimo de garantia de R$ 25,80 e conforme o rendimento do arroz pode chegar até a R$ 28,30”, cita. Embora não seja ideal para cobrir os custos de produção, é um referencial superior ao mercado livre nos últimos 90 dias no RS. Marco Aurélio Tavares, vice-presidente de Mercados da Federarroz, destaca as vantagens do mecanismo e lembra que o adquirente se obriga a comprar do produtor ou cooperativa, o correspondente, no mínimo, a 95% do total adquirido no leilão de prêmio, dando liquidez ao mercado.

De acordo com Tavares, a participação no leilão está mais pluralizada, sendo admitidas indústrias de beneficiamento de arroz ou comerciantes de cereais (inclusive traders) desde que estejam em plena atividade comercial ou industrial. “E permite o escoamento do arroz beneficiado (esbramado, branco ou parboilizado), ou em casca, ao mercado externo em condições de competitividade e/ou ao mercado interno – regiões previstas no edital – sem risco de triangulação pelo uso de nota eletrônica (Danfe)”, cita.

Tavares destaca que os leilões de Pep possibilitam ampliar o volume das exportações e incrementar a participação do arroz beneficiado, que possui valor agregado e também, proporcionam maior liquidez ao mercado, reduz os excedentes e assim, fortalecendo os preços internos do cereal. Renato Rocha, presidente da Federarroz, lembra que ao final deste leilão a cadeia produtiva e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) voltarão a avaliar a situação do mercado e estudar novas medidas. Não estão descartados novos leilões de PEP, entre outros mecanismos.

REGRAS

O leilão da próxima terça-feira terá praticamente as mesmas regras do primeiro. Serão 125 mil toneladas de arroz, com 15 mil para Santa Catarina e 110 mil ao Rio Grande do Sul. O prêmio é de sete centavos por quilo (R$ 3,50/50kg). A novidade é que o edital abriu à participação de arroz esbramado, aumentou o prazo de pagamento do produto pelo arrematante, até 31/01/2011, e excluiu o Pará, como um dos destinos da mercadoria, a pedido da cadeia produtiva.

A expectativa do setor é de aproveitamento de 100% em Santa Catarina e um percentual acima do realizado no primeiro leilão nos contratos de produto gaúcho. As empresas tiveram mais prazo para colocar a documentação exigida em dia. “Esse mecanismo é importante e não pode ser desperdiçado. O ideal seria um aproveitamento de 100%”, reconhece Renato Rocha.

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