LÍDER absoluto
Rio Grande do Sul consolida sua liderança em arroz.
A safra 2005/2006 é consi-derada como estratégica para as lideranças da orizicultura gaúcha, pois consolida a liderança histórica do Rio Grande do Sul na produção de arroz. Pela primeira vez, depois de muitos anos representando praticamente 50% da produção nacional, os gaúchos vão colher mais da metade da safra brasileira: 53,8%, segundo a Conab. Este percentual tem um forte impacto da drástica redução de área do Centro-oeste, principalmente do Mato Grosso, mas serviu para ratificar o discurso de que o estado tem compromisso com a produção desse cereal para abastecimento nacional, cultura, vocação e profissionalismo incontestável. E um importante papel social e econômico ao ser o principal fornecedor do item número um da cesta básica brasileira.
A Conab indica que a lavoura gaúcha ocupa área de 1.018.100 hectares na campanha 2005/2006, sendo 3% menor do que a de 2004/2005 – 1.049.600 hectares. A perda de área é praticamente compensada pelo aumento da produtividade de 2,8%, resultado de programas tecnológicos de otimização de manejo e recuperação de áreas inçadas, além do plantio de cultivares híbridas. De 5,912 mil quilos/hectare colhidos na safra passada, em 2006 a lavoura gaúcha passará a colher 6,080 mil quilos/hectare. Sendo assim, a produção total ainda ficará 0,2% abaixo da safra anterior: 6,19 milhões de toneladas. Em 2005 foram colhidos 6,20 milhões de toneladas.
QUALIDADE – A safra terá um diferencial expressivo de produtividade (168 kg/ha) e de qualidade. As primeiras lavouras colhidas indicam alta qualidade do grão e um aumento de área das chamadas “variedades nobres” BRS Irga 409 e Irga 417. “Apesar da crise de comercialização, o estado faz sua parte para assegurar o abastecimento nacional e buscar a sustentabilidade da lavoura de arroz, seja por meio de tecnologias empregadas à lavoura, ou nas ações e estratégias de comercialização no mercado interno e no cenário internacional”, frisou o presidente do Irga, Pery Sperotto Coelho. O presidente da Federarroz, Valter José Pötter, lembra que a situação da lavoura gaúcha só não é melhor porque existe a concorrência desleal do Mercosul, que produz com incentivos e tem carga tributária igual a um terço do que se pratica no Brasil, além de insumos e máquinas por menor preço, mesmo quando importados da indústria brasileira. “A carga tributária e a pressão do produto que o Mercosul produz só para empurrar para o Brasil são nossos principais inimigos, mas em 2006 também teremos problemas com o câmbio”, destacou.