Lideranças confirmam perdas no norte de MT

Depois do excesso de chuvas que provocou acamamento e perdas na safra de arroz do cedo, agora o veranico prejudica o enchimento de grãos.

O presidente do Sindicato Rural de Sinop (503 quilômetros ao norte de Cuiabá), Antônio Galvan, afirma que a soja teve problemas devido ao excesso de chuvas na colheita.

– Muitas lavouras não puderam ser colhidas no tempo programado, o que provocou perdas com o ardimento dos grãos – relata o Galvan.

A perda com soja na região norte está estimada em 10% na atual safra.

Em Lucas do Rio Verde e Ipiranga Norte, as primeiras regiões a plantar soja no Estado, a perda pode chegar a 20% com o atraso na colheita e o conseqüente apodrecimento dos grãos, ainda na vagem. Em Sinop, Sorriso e regiões de entorno – Santa Carmem, Tabaporã, Itaúba e Vera – a perda está calculada em 7%. Em Lucas, a área destinada ao grão é de 220 mil hectares.

Outro produto que deverá registrar perdas nesta safra é o milho, que tem a safrinha prejudicada pelo atraso na retirada da soja e pela falta de chuvas. Na maioria das lavouras da região norte não chove desde o dia 23 de fevereiro.

– O veranico atrasou o plantio e está prejudicando o desenvolvimento da planta – afirma Galvan, estimando que a perda da safrinha de milho poderá chegar a 20%.

O milho precisa de muita água durante as primeiras semanas de ciclo.

O arroz também terá quebra de produtividade este ano. A estiagem, segundo Galvan, está dificultando o enchimento dos cachos.

– Está faltando chuva para fazer a formação dos cachos do arroz – aponta.

Dos 300 mil hectares de arroz plantados no Estado, cerca de 210 mil hectares estão na região norte, daí a preocupação dos produtores com uma quebra acentuada. É 70% da orizicultura mato-grossense concentrada em uma região.

– É difícil prevermos quanto a produção irá cair, pois ninguém sabe até quando o veranico vai durar – pondera Galvan.

Ele entende que a prorrogação dos prazos para o pagamento das dívidas é fundamental para compensar as perdas e dar um “novo fôlego ao produtor”.

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