Limite inferior

 Limite inferior

Quebra gaúcha pode
levar Brasil a produzir
menos de 11 Mt.

 O Brasil deverá voltar a produzir menos de 11 milhões de toneladas de arroz pela segunda vez em quatro safras. Além da redução de área significativa no país, a quebra causada por enchentes nas lavouras da Fronteira Oeste, Campanha e Região Central gaúcha afetarão os números finais. A expectativa é de que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) ajuste seu relatório de fevereiro, que previa colheita de 11,2 milhões de toneladas em janeiro, para menos de 10,9 milhões de toneladas.

O volume é pouco superior à produção de 2015/16, quando o estado computou perdas importantes pelo clima adverso do El Niño. “Não apenas as áreas com perda total contam, é preciso considerar danos parciais e o efeito do excesso hídrico sobre a produtividade, a energia que a planta consome para se recuperar no lugar de estar produzindo grão”, explica Ivo Mello, coordenador do Instituto Rio Grandense do Arroz na Fronteira Oeste.

A Federarroz considera que de 10 a 25 mil hectares foram perdidos total ou parcialmente e que a área colhida ficará abaixo de 1 milhão de hectares. Considera que as perdas podem somar perto de 500 mil toneladas. Se colher volume inferior a 11 milhões, o Brasil voltará a depender de importações. A Conab prevê consumo de 11,7 milhões de toneladas. Não há risco de desabastecimento, uma vez que o estoque de passagem em 28 de fevereiro de 2019 deve ser de 675,8 mil toneladas e o país ainda importa por ano de 700 mil a 1 milhão de toneladas do Mercosul. No entanto, se apenas reduzir a estimativa de produção, os números da Conab poderão indicar um estoque de passagem negativo para fevereiro de 2020. Por essa razão, a cadeia produtiva espera uma mudança mais significativa no quadro de oferta e demanda, incluindo mudanças na área dos outros estados e a redução no consumo.

FIQUE DE OLHO
Até janeiro, a Conab previa uma queda de 7,9% na área cultivada no país, de 1,972 milhão de hectares para 1,817 milhão. O rendimento por área aumentaria 0,8%, para 6.167 quilos por hectare. Ainda assim, a colheita diminuiria 7,1%, de 12,06 para 11,2 milhões de toneladas.

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