Luz no fim do túnel

 Luz no fim do túnel

Brasil exporta mais do que o previsto, mas importações ainda são grandes.

O quadro de oferta e demanda da safra brasileira poderá terminar mais ajustado do que previa a Conab, em 957,8 mil toneladas de arroz em casca em 28 de fevereiro de 2011. Isso se deve ao comportamento das exportações brasileiras, que, apesar de significativa queda, ainda têm um desempenho superior às estimativas oficiais graças à clientela africana dos quebrados de arroz. 

Segundo dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), de março a setembro de 2010 o Brasil exportou 340.127 toneladas de arroz (base casca), com média mensal de 48.590 toneladas. Comparado ao mesmo período de 2009, quando exportou 634.985 toneladas (base casca), o volume de vendas externas do Brasil é 46,4% menor.
Nestes números nem tudo é negativo. As 340.127 toneladas já exportadas equivalem a 85% da estimativa da Conab para o total de 400 mil toneladas no ano comercial. Ou seja, o Brasil tem cinco meses para superar a expectativa oficial. 

Se projetada para um ano, a média mensal de exportações de março a setembro de 2010, de 48.590 toneladas, resulta em 583.076 toneladas (base casca). Apesar de muito menor do que as 894.400 toneladas exportadas no ciclo 2008/09, trata-se de uma projeção que impacta o estoque de passagem brasileiro, indicador importante para a formação de preços internos no próximo ano. 

Com a expectativa de que o governo federal lançará PEP para o arroz gaúcho, novas medidas para refrear a baixa do dólar diante do real brasileiro e a recuperação dos preços internacionais, principalmente nos Estados Unidos, cria-se a projeção de que o Brasil volte a exportar volumes maiores de arroz parboilizado nos próximos meses e amplie as vendas de quebrados, reduzindo o déficit arrozeiro na balança comercial do país e o estoque de passagem.

IMPORTAÇÃO
Com um mercado altamente atraente, pagando acima de 15 dólares por saca de arroz em casca e com estados centrais isentando de tributos a importação do Mercosul, o Brasil não conseguiu frear as compras externas. Entre março e setembro de 2010 as importações de arroz cresceram 15,2%. Segundo dados do Mdic, as importações de arroz alcançaram 620.642 toneladas (base casca) nos sete primeiros meses (março a setembro) do ano comercial, com média de 88.663 toneladas ao mês. Projetada para 12 meses, a média mensal leva a um resultado de 1,064 milhão de toneladas, dentro da expectativa da Conab de que o Brasil importe 1,1 milhão de toneladas de arroz (base casca). O que pode mudar esse cenário é a elevação dos preços internacionais, medidas para frear a desvalorização do dólar diante do real e o PEP para escoamento de arroz brasileiro. De março a setembro de 2009 o Brasil importou 538.633 toneladas.

Perfil
As exportações de quebrados de arroz responderam, entre março e setembro de 2010, por 70,6% do volume total embarcado. Já os parboilizado, branco, esbramado e em casca responderam por 29,4% dos embarques.

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