Luz no fim do túnel

 Luz no fim do túnel

Lopes (em primeiro plano): reforma estará pronta em 18 meses

Modernização do Porto de Rio Grande sinaliza o
fim do gargalo logístico
nas exportações de
arroz. Mas até lá…
.

A questão logística, apontada como principal gargalo para o aumento das exportações brasileiras de arroz, está com os dias contados. Pelo menos no que diz respeito ao porto. O contrato para a obra de modernização de 1.125 metros de cais do Porto Novo foi assinado em 3 de julho na Superintendência do Porto do Rio Grande. O investimento é de R$ 97 milhões, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A obra levará 18 meses e começa até outubro. O cais avançará 10 metros para o uso de novos e maiores equipamentos de carga e descarga. Após a reforma o calado será aumentado para 14 metros de profundidade, permitindo operação de navios de maior porte.

Se a reforma e ampliação do porto são uma boa nova, a ótima notícia são duas obras concomitantes direcionadas à armazenagem e exportação de arroz. No primeiro caso, serão aplicados R$ 25 milhões na construção de terminal arrozeiro com três armazéns e um shiploader (máquina para embarque de grãos a granel e ensacados nos navios). Essa estrutura ocupará um hectare junto ao terminal da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa). Com a estrutura, o Brasil poderá atender com eficiência clientes como Irã e Iraque e alguns países africanos que adquirem produto ensacado.

A instalação do terminal, cujo projeto será apresentado ao governador Tarso Genro durante a Expointer 2014, dependerá da conclusão do primeiro lote da obra de modernização do Porto Novo. O grupo de trabalho voltado à implantação é coordenado pelo presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Cláudio Pereira. O investimento será feito em parceria público-privada, envolvendo a Superintendência do Porto, a Cesa e operadores portuários. Durante as obras no cais a Cesa movimentará arroz no complexo portuário Termasa-Tergrasa e na área da indústria Bianchini.

Ainda durante a reforma do cais, é prevista a modernização do terminal da Cesa. O aumento do calado permitirá a atracação de navios maiores. Afora isso, será concluída a instalação de um tombador para agilizar o recebimento dos grãos (hoje manual) e será ampliada a capacidade de 51,5 mil toneladas para 60 mil. De acordo com o diretor-presidente da Cesa, Marcio Rogério Pilger, a unidade ficará fechada durante a reforma, mas será a primeira a ficar pronta para operar em março de 2015.

QUESTÃO BÁSICA
O maior receio da cadeia produtiva com as obras de modernização do porto é o prejuízo às exportações. Para o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Arroz Parboilizado (Abiap), Marco Aurélio Junior, os contratempos serão temporários, sem comprometer o volume que o Brasil exporta anualmente. “A Superintendência do Porto garantiu ao setor que no período em que a Cesa não vai operar haverá espaço ao arroz nos terminais graneleiros privados. Por hora, a situação exigirá sacrifícios para mantermos os mercados conquistados, mas o importante são os avanços que o novo porto proporcionará”, prevê. Segundo ele, atualmente o Brasil exporta muita matéria-prima, mas com infraestrutura ampliará as vendas de arroz beneficiado, conquistando clientes no Oriente Médio e na África.

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