Maior que o previsto
Recuperação produtiva da lavoura gaúcha puxou a safra brasileira pra cima
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A safra brasileira de arroz está praticamente encerrada, faltando apenas colher lavouras de inverno e de produção de sementes no Nordeste e no Norte. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê que a safra brasileira deve produzir 12,5 milhões de toneladas do cereal em base casca. O crescimento sobre a temporada 2014/15 é de 3,1%, foram 12,1 milhões de toneladas na temporada passada. A área semeada diminuiu 3,4%, especialmente no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, de 2,37 para 2,29 milhões de hectares. O rendimento médio por área subiu 6,7%, de 5.108 para 5.453 quilos por hectare.
A principal responsável por este avanço é a lavoura gaúcha, que produziu 8,642 milhões de toneladas, com aumento de 6,5% em relação à safra passada graças ao salto da produtividade média para 7.716 quilos por hectare numa área de 1,12 milhão de hectares. Estima-se que 60% da área que será cultivada na próxima safra passou por preparo de verão. Mesmo com um terço da área cultivada fora da melhor época recomendada, o clima ajudou e o rendimento médio dos arrozais gaúchos se recuperou significativamente.
Em Santa Catarina, mesmo com os problemas enfrentados, a produtividade média aumentou. Pela redução de 1,5% na área plantada, a produção total de 1,1 mil toneladas foi 1% inferior ao ciclo 2013/14. Tocantins, Maranhão e Mato Grosso representam os outros grandes produtores do Brasil. O Maranhão responde por 71,4% do arroz produzido na Região Nordeste, e reduziu área e produtividade. Os agricultores preferiram plantar milho, que tem menor custo de produção e não sofre a concorrência pesada do arroz de maior qualidade vindo de outros estados. O estado também se ressentiu da falta de sementes fiscalizadas.
No Mato Grosso, mesmo com a produtividade 0,3% menor, o destaque é para a evolução da qualidade, com algumas variedades obtendo rendimentos de engenho em 56%, 58% e até mesmo 60% de grãos inteiros. Na composição do quadro de oferta e demanda, a Conab prevê um estoque de passagem ao final do ano comercial de 872,4 mil toneladas, com incremento de aproximadamente 50 mil toneladas ao estoque ao longo do ano.