Maioria absoluta

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Safra cheia: grande produção não foi traduzida em preços

Produção gaúcha bate recorde e já representa 65,6% da safra nacional
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Com a maior área semeada e a mais alta produtividade, o Rio Grande do Sul consolida cada vez mais a condição de principal produtor de arroz do Brasil e recém concluiu a maior safra de toda a sua história, com 8,832 milhões de toneladas. Esse volume é o equivalente a 65,6% de toda a produção nacional, o que posiciona o estado como estratégico para a segurança alimentar e o suprimento do principal cereal consumido na mesa dos brasileiros.

A safra 2010/11 foi beneficiada pelo nível tecnológico aplicado nas lavouras e pela fraca intensidade do fenômeno climático La Niña, que assegurou dias claros, com alta radiação solar às lavouras. Antes disso, o outono e o inverno foram chuvosos, ainda com reflexos do fenômeno El Niño, o que foi suficiente para recompor os níveis dos açudes e barragens e garantir os meios para uma eficiente irrigação às plantas. Com “água no pé e sol na cabeça”, como dizem os arrozeiros, a produtividade média gaúcha respondeu à evolução das cultivares e do manejo das lavouras, alcançando média de 7.600 quilos por cada um dos 1,162 milhão de hectares semeados no estado.

Essa cadeia produtiva mobiliza mais de 15 mil produtores e 280 indústrias, com lavouras em 137 municípios, segundo o Irga, apenas no Rio Grande do Sul. Na safra 2009/10, ocorreu um volume muito acentuado de chuvas, prejudicando a produção do estado. Ainda assim, as lavouras gaúchas alcançaram rendimento médio de 6.781 quilos por hectare e produção de 7,33 milhões de toneladas, consolidando a terceira melhor safra da história até então. 

FIQUE DE OLHO

O grande desafio do Rio Grande do Sul após a conclusão da colheita recorde 2010/11 é escoar toda essa produção e garantir preços justos aos arrozeiros. “No final das contas, quando o produtor exerce plenamente sua eficiência produtiva e assegura a autossuficiência nacional no seu principal alimento, é penalizado por baixos preços por causa da falta de política agrícola nacional”, explica o presidente da Federarroz, Renato Caiaffo da Rocha. O setor pede ao governo federal o cumprimento, pelo menos, dos preços mínimos, estabelecidos em uma tabela oficial que indica cotação de R$ 25,80 como referência à saca de arroz em casca, de 50 quilos, com rendimento médio de 58×10.

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