Mais em menos

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SC: um dos poucos que aumentou a área

Santa Catarina é líder nacional em produtividade.

A fórmula parece simples: pequenas propriedades, mão-de-obra familiar, excelente material genético e muita eficiência no manejo. Se o clima não atrapalha, é muito difícil tirar de Santa Catarina o título de líder nacional em produtividade na lavoura de arroz. Nessa safra 2009/10, mais uma vez o estado comemora essa condição ao colher 7,2 mil quilos do cereal por hectare. Um aumento de 3,6% sobre os 6,95 mil quilos por hectare da safra passada, quando o clima prejudicou demais as lavouras catarinenses.

A produção vai crescer 3,7%, beirando 1,078 milhão de toneladas, acrescentando à produtividade um crescimento de área de 0,1%, ou 100 hectares. No total, Santa Catarina plantou 149,7 mil hectares nessa safra. Praticamente a totalidade das lavouras são cultivadas no sistema pré-germinado. Os ganhos em rendimento por área se explicam pelo excelente trabalho de pesquisa e assistência técnica da Epagri, empresas públicas estaduais e das cooperativas catarinenses, além da dedicação dos arrozeiros.

O estado praticamente não dispõe mais de área para expansão das lavouras e seus ganhos. Até em razão da estrutura fundiária, precisam ser verticais. “É cada vez mais importante produzir mais arroz na mesma, ou até em menos, área”, destaca. Algumas regiões com microclima especial conseguem médias produtivas próximas de 12 toneladas por hectare e “top” de até 16 toneladas. Caso do município de Agronômica.

O único contratempo identificado na safra catarinense foi registrado quando faltava cerca de 20% da safra a ser colhida no Sul do estado. O excesso de calor na época de floração prejudicou o enchimento de grãos. Com isso, a presença de grãos falhados pode provocar perdas de até 10% nessa região. O diretor de negócios da Copagro (Cooperativa Agropecuária de Tubarão – SC), Aclis Fortunatto, revela que as perdas surpreenderam os produtores, que já contavam com uma safra cheia. Ainda assim, espera que a redução produtiva na região e nas safras brasileira e do Mercosul compensem em preços.

FIQUE DE OLHO
O setor industrial arrozeiro catarinense está entre os mais evoluídos tecnologicamente no Brasil e tem foco, principalmente, no processamento de arroz parboilizado. Mais de 75% da planta industrial é voltada à produção desse tipo de arroz, que alcança de 27% a 30% do consumo nacional. “É um produto consumido em todo o Brasil e por todas as classes sociais”, diz Alfredo Treichel, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Arroz Parboilizado (Abiap). A exportação catarinense representou cerca de 7% das 894 mil toneladas.


PERFIL

O arroz é cultivado em sistema irrigado em cinco regiões de Santa Catarina, alcançando aproximadamente 150 mil hectares de área estável. A produção está concentrada nos Alto, Médio e Baixo Vale do Itajaí e Litoral Norte e Sul catarinense. A orizicultura é conduzida praticamente em sua totalidade no sistema pré-germinado. No Alto Vale do Itajaí há lavouras com produtividades médias de até 15 mil quilos por hectare. Em algumas regiões, porém, as condições de clima permitem o cultivo do rebrote, também conhecido como soca, a partir da aplicação de nova fertilização. Isso pode aumentar em duas a 3,5 toneladas por hectare a produtividade da área. As sementes da Epagri/SC são referência no Mercosul e na América Latina quando se trata de cultivo em sistema pré-germinado pela boa qualidade dos grãos e, principalmente, a alta produtividade.

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