Mais estoques, menos mercados
O Paraguai, com cerca de 40% de seus estoques ainda não comercializados até outubro, vive um processo que o Uruguai viveu 10 anos atrás e a Argentina logo depois: o de buscar terceiros mercados para não depender exclusivamente do volátil mercado brasileiro. Ignacio Heisecke, presidente da Associação de Produtores de Arroz da Bacia do Baixo Rio Tebicuary, explicou que por vários fatores a situação do setor arrozeiro do país não é tão boa.
Duas delas são a má situação econômica do Brasil, seu principal cliente, e a diferença de preço com que operam os principais exportadores do cereal do mundo frente aos valores praticados pelos países sul-americanos. A entidade estima que somente em 2015 deve deixar de movimentar 100 milhões de dólares em exportações ao mercado brasileiro.
Enquanto isso, o Uruguai enfrenta problemas com dois de seus grandes clientes: o Brasil, pelos motivos já expostos, e o Iraque, sob constante guerra, desta vez com a facção extremista Estado Islâmico. O Iraque costuma remunerar acima do mercado o produto de boa qualidade e o Uruguai tem sido um grande fornecedor. Com isso, o país tem investido na abertura de novos mercados, especialmente na Europa e na América Central.
A Argentina segue o mesmo caminho de buscar novos mercados, especialmente aqueles que mais valorizem o produto. Ainda assim, em função dos custos internos, da migração para soja e gado e das dificuldades enfrentadas ao longo dos dois últimos anos, o governo relata uma retração mais significativa na área cultivada em busca de um equilíbrio entre custos de produção e remuneração da cadeia produtiva.