Mais respeito, por favor!
De 16 a 18 de fevereiro, na Estação Experimental do Arroz em Cachoeirinha (RS), a cadeia produtiva do arroz estará mostrando sua pujança, a tecnologia referencial para parte do planeta, o engajamento nas causas setoriais e a sua força política.
A Abertura Oficial da Colheita do Arroz não é uma festa, é uma espécie de pós-graduação a céu aberto que transforma agricultores em produtores de alimentos, líderes, defensores de suas causas e debatedores de política setorial. Reunir milhares de rizicultores e a nata da tecnologia e política setorial num só ambiente com a diversidade de temas e interesses que permeia toda a cadeia produtiva não é um desafio fácil de vencer, mas as instituições, capitaneadas pela Federarroz, o fazem há 27 edições.
A cadeia produtiva do Rio Grande do Sul é responsável por 72% da produção do arroz no país, imprescindível na mesa do brasileiro e que chega a mais de 60 diferentes nações. São cerca de 20 mil produtores, dos quais próximo de 4 mil também produzem soja e perto de 8 mil deles também são pecuaristas. São homens e mulheres que produzem o milagre da multiplicação dos alimentos, que transformam terra, ar, calor, luz, água, nutrientes e insumos em pão na mesa, em meio de vida, em segurança alimentar, em sustentabilidade para suas famílias e a centenas de milhares de famílias envolvidas ao longo da cadeia produtiva, seus municípios, seus estados e seu país.
E o fazem desafiando os obstáculos de clima, legislações ultrapassadas ou dúbias, falta de crédito e de confiança do sistema bancário – que exige escrituras como garantias para empréstimos ao produtor de alimentos, mas libera financiamentos de veículos de luxo com apenas uma assinatura e um cadastro básico – e dos governos – que se financiam da cadeia produtiva, mas devolvem apenas parte do que arrecadam e estabelecem impostos em cascata sobre a agricultura e a cesta básica. O homem rural é o motor que faz este país avançar sem propinas, sem comissões, sem vantagens ilícitas, apenas na cara, na coragem e com o suor do seu rosto. Então, quando se dirigir a um arrozeiro, mais respeito, por favor!