Mapa vai reavaliar custo de produção e preço mínimo do arroz
Kátia Abreu deve confirmar prorrogações e novo preço mínimo semana que vem, na Farsul, em Porto Alegre (RS). E talvez anuncie novos preços mínimos
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Enquanto os rizicultores informam custos superiores a R$ 40,00 por saca de arroz e as entidades indicam – em valores ainda referentes ao final do ano passado e não corrigidos – R$ 35,00 a R$ 38,00, a Conab apontaria custo e preço mínimo abaixo de R$ 30,00. A reunião no Mapa apresentou argumentação técnica suficiente para que o secretário de Política Setorial do Ministério, André Nassar, com o apoio dos presentes, suspendesse o anúncio para o caso do arroz e determinasse o reestudo do caso e dos critérios adotados.
O objetivo dos representantes setoriais não é estabelecer patamares para que o governo federal intervenha no mercado com aquisições nas bases de preços mínimos (seria divulgado R$ 29,70 e a pressão é de que pelo menos o valor alcance R$ 31,40, que já havia sido indicado pela Conab como custo anteriormente). No Rio Grande do Sul houve casos de arroz comercializado abaixo de R$ 30,00 e em Santa Catarina até por R$ 28,00. A meta das lideranças, com o apelo, é estabelecer novos referenciais para as linhas de crédito oficiais de comercialização e custeio, para as garantias e também os seguros agrícolas.
O patamar mínimo de R$ 31,40 também representaria uma espécie de “piso” psicológico para o mercado. Não é o ideal, mas sem dúvida é bem melhor do que a situação atual, com o mercado abaixo destes patamares em alguns negócios reportados.
KÁTIA – O novo valor, que ainda será alvo de estudo do Mapa, deve ser anunciado na próxima semana, na Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul pela senadora Kátia Abreu, ministra da Agricultura. Ela também formalizará o anúncio de prorrogação das parcelas de custeio da safra passada pelo Banco do Brasil, da parcela de dívidas renegociadas para um ano após o último vencimento, e que os demais bancos, exceto o Sicredi, devem acompanhar a posição do Banco do Brasil quanto à prorrogação de custeio.
MERCADO EXTERNO
Tiago Sarmento Barata e Henrique Dornelles também estiveram com representantes do governo federal para acompanhar a evolução dos acordos comerciais e sanitários com países potenciais importadores. “A expectativa é de que até o final do mês tenhamos novidades neste sentido, pois houve evolução nas tratativas internacionais. Neste momento a balança comercial positiva favorece a gradual recuperação dos preços e o esforço também é neste sentido”, revela Sarmento Barata, do Irga.
Já o presidente da Federarroz, Henrique Dornelles, se diz motivado com a evolução das tratativas com o governo, entre elas a liberação de um terminal portuário privado exclusivamente para os embarques de arroz. “Existem diversas negociações e reivindicações junto ao governo que demoraram mais do que desejávamos, mas começam finalmente a dar algum resultado prático para a melhora do mercado”, reconhece.
8 Comentários
Preço mínimo com piso “psicológico” ? essa é boa . Será que as industrias, vão se adaptar a este ” novo” fator para elaboração de preços ao produtor ?
Pelo visto as entidades de classe precisarão contratar psicólogos para auxiliarem nas negociações´com este governo que está aí.
Há muito tempo que esse preço mínimo não serve de referência para nada… Absolutamente nada (a não ser para determinar as quantidades de arroz para as garantias de egfs e agfs)… Ou alguém será louco de vender arroz para o governo novamente depois do que aconteceu ano passado e retrasado com a intervenção de leilões para aviltar nossos preços??? O Irga e a Federarroz fizeram um levantamento pelo Estado e com base nesses valores há algum tempo atrás apontei que para quem colheu 260 por quadra, o custo era de R$ 40,40… Então como é que podem achar R$ 10 de diferença de custos (R$ 31,70), mas me expliquem, me desenhem isso??? Lamento a política do nosso governo… Lamento que políticos que deveriam estar do lado dos produtores estão se “achicando” para o governo… É muito triste que não haja compromisso e respeito com a classe produtora… Em junho de 2003 o arroz valia R$ 43,00… Se aplicarmos o INPC de lá para cá o arroz deveria estar valendo R$ 72,40… Pergunto mais uma vez: QUEM QUEREM ENGANAR COM ESSA POLÍTICA DO FOME ZERO??? Renda na agricultura gera circulação de bens e mercadorias, gera empregos, gera tributos, gera riqueza, gera crescimento econômico… Parece que esse governo não quer combater a recessão, mas apenas estancar o consumo encarecendo juros, enriquecendo bancos e investidores… Que forma absurda de ver a economia… Serão 10, 20 anos de estagnação… de miséria… Que absurdo isso gente !!! Deixo bem claro aqui que não tenho preferência política… Não defendo nenhuma ideologia… Defendo sim o progresso, o trabalho, o capital e o crescimento da economia… Para dividir renda tem que ter renda… ESTÃO MATANDO A GALINHA DOS OVOS DE OURO DE PAÍS QUE É AGRICULTURA !!! A economia como um todo está falida… As montadoras estão demitindo em massa… O comércios e as indústrias também… A economia está parando… E agora querem liquidar com quem responde com quase 30% da economia do país… Não pensem que os produtores das outras culturas estão bem das pernas que não estão… Aos políticos fica o meu alerta: ABRAM BEM OS OLHOS PORQUE A SITUAÇÃO É BEM MAIS CRÍTICA DO QUE VOCÊS PENSAM… PROCUREM SE INTERAR DA REALIDADE DO SETOR ORIZÍCOLA… Trabalhem menos para a indústria, para os bancos, para o varejo, para o povão, e bem mais para os produtores… Produtor abandonado é certeza de setor enfraquecido… Isso não brincadeira gente… A corda vai rebentar e vai levar todo mundo junto… COMPETENTES E INCOMPETENTES !!!
É uma pena , existe um abismo entre os produtores e suas entidades representativas, sejam de classe ou políticas. Na Abertura da Colheita deste ano , antes do aumento da energia elétrica e dos combustíveis, já se falava em custo de mais de R$ 5.500,00 por hectare. A R$ 31,40, representa algo como 8.700 kg de produtividade somente para arcar com custos. E ficam em reunióes intermináveis para tratar de assuntos que a prática já demonstrou estarem ultrapassados. Sim , contra leis de mercado, não se pode competir. Agora, ver as pessoas que se dizem defensoras da classe, discutindo teorias, é intrestecedor. Senhores deputados, gastem suas energias para produzir uma Política Agrícola de longo prazo. Prezadas entidades, ouçam o que o produtor tem a dizer. Sim, o produtor de arroz está sem voz. Foi o que presenciei no anúncio da Carta de Cachoeira, onde 550 assinaturas , não tiveram eco. Enfim, eficiencia DEZ, eficácia ZERO.
DEVERIA HAVER PREÇO MINIMO PARA A COMERCIALIZAÇÃO DO ARROZ, OU SEJA, UM FARDO NÃO PODERIA CUSTAR MENOS DO QUE R$ 65,00.
Arroz é muito barato, ninguém se importa de pagar R$ 6,75 numa carteira de cigarro R$ 8,00 numa garrafa de cerveja no barzinho, R$ 25,00 numa pizza, mais acham um absurdo pagar R$ 4,00 num pacote de arroz….NÃO ME FAÇAM PEGAR NOJO!!!!!!
É seu Antonio Paulo, nisso o amigo tem razão, o arroz é muito barato. Pagam o equivalente a mais de 2 kg de arroz em uma carteira de cigarro para se envenenar e vão ao mercado e reclamam dos preços dos alimentos básicos.
Isto mostra claramente o nível de alienação e de desinformação em que boa parte de nossa população vive.
Sofremos há décadas da falta de uma politica agrícola digna, que gerenciada por um governo competente e sério também levaria ao consumidor preços de alimentos básicos condizentes com a realidade agrícola e industrial do nosso país.
Todos somos penalizados por desmandos governamentais, agrícultura e também industrias sérias que tentam trabalhar honestamente, mesmo com uma carga monumental de impostos.
No RGS as indústrias (as formadoras de preço) a muitos anos infringem aos produtores, preços oscilantes, conforme a oferta, num futuro próximo quem sabe, quando nascerem uma nova geração de presidentes e diretores de indústrias de arroz com Q. I. mais elevado, que se deem conta que não é jogando os preços sempre para baixo qdo existe oferta, conseguiram preços mais estáveis junto ao atacado, pois o atacadista sabe que a industria esta comprando a um preço mais baixo e com isto aumenta a pressão baixista na hora da compra, fazendo-as entrarem em confronto por preços mais atraentes.
Preço mínimo para comercializar arroz beneficiado? Tenham a santa paciência, que bobagem. Esta ultrapassou todas os limites!
Porque pode existir preço minimo para arroz em casca e não pode ter para arroz beneficiado? é por isso que a cadeia de arroz é fraca, pois tem gente que só olha o próprio rabo mesmo…..
Sinto muito seu Antonio Paulo, mas o seu comentário está endereçado à pessoa errada, pois eu defendo há muito tempo a estinção do preço mínimo, por entender que esse mecanismo mais prejudica do que ajuda o produtor. Ultimamente tem servido para o governo fazer estoque e quando o preço quer dar uma melhoradinha ele vende parte desses estoques em prejuízo dos produtores. Já comentei isso aqui várias vezes. E nunca nesse nível de delicadeza como o senhor fez.