Mau elemento

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Arsênio em arroz do
Reino Unido obriga reação das entidades do Brasil
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 O primeiro trimestre de 2017 foi marcado por uma polêmica quanto à sanidade do arroz produzida no mundo a partir de um alerta sobre alta concentração de arsênio nos grãos de alguns países que são consumidos na Europa.

A discussão chegou ao Brasil pelo mais rápido canal de propagação de notícias e não-notícias do mundo: as redes sociais. O tema passou a ser discutido sem critérios técnicos e conhecimento e com opiniões descontextualizadas que incluíram o arroz brasileiro entre os “suspeitos”. As entidades arrozeiras precisaram agir para esclarecer que o problema não ocorre no cereal nacional e evitar prejuízos.
O tema ganhou repercussão porque o arsênio é considerado cancerígeno pelo organismo de pesquisa sobre o câncer da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Também ganhou notoriedade em programa da BBC inglesa que ensinou os consumidores a reduzirem a substância no arroz, deixando-o de molho. Na TV, especialistas mostraram preocupação com a incidência no cereal consumido naquele país, que tem origem em Bangladesh e três vezes mais arsênio do que o grão cultivado no Reino Unido. A notícia, publicada no Brasil, gerou compartilhamentos infinitos nas redes sociais e comentários sobre o “perigo de comer arroz”.

“Foi um momento preocupante, mas a ação das entidades acalmou o mercado e o consumidor. O arroz brasileiro é seguro”, argumenta Tiago Sarmento Barata, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seagri). Para ele, o fato de o cereal ser a base da alimentação de dois terços da população mundial há séculos desqualifica qualquer tentativa de torná-lo danoso à saúde humana.

BRASIL
Mas, no Brasil, outros alertas já haviam sido emitidos. Em 2013, a Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP), da Universidade de São Paulo (USP), divulgou pesquisa que apontava nível expressivo de arsênio em arroz. Entidades do Rio Grande do Sul, que corresponde a 71% da produção nacional, fizeram pesquisas para se certificarem das informações. Os estudos desclassificaram qualquer risco à saúde dos consumidores ligado à presença de arsênio nos grãos.

Após a pesquisa da USP, a Anvisa atualizou os níveis máximos de arsênio, chumbo, mercúrio, cádmio e estanho toleráveis nos alimentos. A presença da substância, orgânica ou inorgânica, para o arroz foi determinada em um teor máximo de 0,30 mg/kg (miligramas por quilo). O valor é três vezes superior ao limite estabelecido em 1998. O estudo da USP encontrou um nível de arsênio abaixo deste limite (222 ng/g ou 0,222 mg/kg) nos cereais testados. Ainda em 2013, a Agência de Administração de Drogas e Alimentos dos Estados Unidos (FDA) anunciou que 1.300 alimentos testados não tinham níveis desta substância altos o suficiente para causar danos imediatos à saúde dos consumidores, mas informou que conduzirá um estudo sobre os impactos de longo prazo. Um dos focos da pesquisa são os tradicionais cremes e mingaus de arroz para bebês.

FIQUE DE OLHO

O arsênio existe em mais de duas dezenas de formas diferentes na natureza. Algumas são tóxicas. Dependendo da forma e da quantidade consumida por um ser humano, a substância pode causar danos ao organismo como o câncer. Entretanto, há formas que mesmo ingeridas em grandes quantidades não afetam a saúde: caso da arsenobetaína, encontrada em alguns frutos do mar.

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