Melhor prevenir do que remediar
O emprego de sementes superiores, de procedência conhecida e confiável, é um dos requisitos básicos para estratégias de manejo visando o aumento da produtividade, competitividade e sustentabilidade da atividade orizícola. Seu uso, de acordo com o “Manual de recomendações técnicas da pesquisa para o sul do Brasil”, da Sociedade Sul-Brasileira de Arroz Irrigado (Sosbai), está entre as práticas agrícolas indicadas para o manejo de infestações de arroz daninho (Oryza sativa L.), principalmente o arroz vermelho. “É um procedimento preventivo fundamental que deve ser adotado pelos arrozeiros como prática comum no sistema de produção”, explica o pesquisador Felipe Ferreira, do Irga.
O uso de sementes comerciais com apenas uma semente de arroz daninho em cada amostra de 500 gramas em uma área até então livre da invasora representa um potencial de infestação de pelo menos 60 sementes de grão vermelho ou preto por metro quadrado após a segunda safra. Considera-se neste cálculo a densidade de semeadura de 120 quilos por hectare e que 50% das sementes da invasora produzidas serão colhidas junto com o arroz cultivado ou não germinado que está depositado no solo.
SANTA CATARINA
O rigor neste procedimento também é observado em Santa Catarina, segundo maior produtor brasileiro, onde a qualidade da semente é reconhecidamente de alta pureza devido aos rígidos critérios de padrão. De acordo com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), em nenhuma das classes de sementes (básica ou certificada) é permitida a presença de grãos de arroz vermelho ou preto. A utilização de cultivares com elevada capacidade produtiva, sementes de alta qualidade, manejo da fertilidade e manejo de plantas invasoras e pragas tem sido a principal responsável pela evolução da orizicultura catarinense tanto no contínuo acréscimo em produtividade como na qualidade da semente.