Melhor que a encomenda

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Após um primeiro semestre ruim, exportações brasileiras reagem e devem passar de
1 milhão de toneladas

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As exportações brasileiras ensaiam uma recuperação no segundo semestre do ano comercial 2013/14 e poderão alcançar volume superior a 1 milhão de toneladas. No início do ano, o setor reconhecia que 800 mil toneladas seria ótimo resultado, face aos preços praticados internamente, que retiravam a competitividade nas vendas externas. O resultado do segundo semestre mostra mais fôlego do que no período de março a agosto.

Balanço divulgado na segunda semana de novembro pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) demonstra que o Brasil exportou 739,1 mil toneladas de arroz, em base casca, entre março e outubro de 2013. A valorização do dólar frente ao real e os mercados abertos na América Latina contribuíram para a melhora do desempenho do grão nacional no comércio externo.

Mas as vendas seguem 35,5% abaixo do volume exportado nos mesmos oito meses da temporada 2012/13, que chegava a 1,15 milhão de toneladas. Mantida a média verificada entre março e outubro de 2013, as exportações poderão superar 1,1 milhão de toneladas. Em outubro, as vendas subiram 30%, alcançando 134,1 mil toneladas.

IMPORTAÇÕES

No caso das importações, um conjunto de medidas está reduzindo a demanda brasileira. Em primeiro lugar, a taxa cambial já não é mais tão interessante, o Paraguai, que concentra toda a sua produção excedente (90%) em exportações ao Brasil, está com os estoques quase zerados, o Uruguai prioriza outros mercados e internamente há medidas de contenção. No Rio Grande do Sul, o governo estadual criou mecanismos tributários de incentivo à compra, pelas indústrias locais, do arroz gaúcho. Tradicionalmente, a Argentina é um forte fornecedor no segundo semestre.

Os dados do MDIC apontam uma forte queda na internalização do arroz em outubro, para apenas 44,8 mil toneladas (base casca), o menor volume mensal importado pelo Brasil no ano comercial 2013/14. A importação acumulada nos oito primeiros meses do ano comercial soma 719,5 mil toneladas, 3,4% acima das 695,6 mil compradas no mesmo período do ano passado. Mantido o ritmo médio de importação, o Brasil receberá menos de 1,08 milhão de toneladas até fevereiro de 2014.

Para Eduardo Aquiles, analista da Safras & Mercado, este comportamento indica que as exportações brasileiras, apesar das dificuldades, neutralizam o impacto das importações do Mercosul. “Sem as exportações, fatalmente teríamos uma crise de preços e grande demanda por mecanismos de comercialização pelo excesso de oferta”, reconhece. Segundo ele, o esforço brasileiro para exportar deve ser redobrado.

O vice-presidente de Mercados da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul, Daire Coutinho, destacou que, pela primeira vez no ano, a balança comercial do arroz está positiva, o que demonstra uma reação do setor. “Temos perspectivas de impulsionar as vendas externas com a construção de um grande acordo setorial, com participação dos governos estadual e federal”, revela.

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