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Exportar é vital para o mercado brasileiro de arroz manter sua estabilidade. 2015 começou bem

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O cenário de estabilidade de preços ao produtor de arroz que o Brasil vem experimentando nos três últimos anos tem nas exportações uma de suas bases. Os embarques do cereal vêm compensando os volumes importados, mantendo a oferta interna enxuta e resultados líquidos na balança comercial do grão que ajudam a reduzir os estoques públicos e privados. A performance alcançada no ano comercial 2014/15, de 1º de março de 2014 até 28 de fevereiro de 2015, confirma esta condição. O superávit nacional foi de 381 mil toneladas, melhor resultado líquido dos quatro últimos anos, apesar da queda no total exportado.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) confirma o embarque total de 1.887.700 toneladas de arroz (base casca) para 54 países e aquisição de 807.500 toneladas. As exportações caíram 1,2%, mas as importações foram ainda menores, permitindo o saldo líquido. América Latina, Caribe e África foram os principais clientes. Tanto que 42% do grão exportado era beneficiado branco ou parboilizado, 40% quebrado de arroz e 18% do cereal em casca ou sementes.

O diretor comercial do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Tiago Sarmento Barata, considera que o Brasil ainda não consolidou sua posição no mercado internacional por alternar os mercados que atende e o tipo de produto que exporta. Por outro lado, reconhece que isso permite encontrar oportunidades oferecidas pela conjuntura internacional e manter as vendas externas, que são vitais para o equilíbrio do mercado nacional. “Exportar tem sido fundamental para a estabilidade dos preços e a rentabilidade”, argumenta.

IMPORTAÇÕES
Enquanto isso, o Paraguai tornou-se o maior fornecedor de arroz para o consumo brasileiro. No ano comercial 2014/15 o Brasil realizou a menor compra do cereal dos últimos seis anos. A indústria gaúcha demandou menos produto do Mercosul porque obteve a vantagem do crédito presumido do ICMS ao adquirir o grão dos arrozeiros no próprio estado.
As 807,5 mil toneladas (base casca) importadas representam retração de 17,7% sobre as 981 mil toneladas adquiridas na temporada passada.

A queda foi de 173,5 mil toneladas. O Paraguai originou 54% do produto importado pelo Brasil, seguido do Uruguai (20%), Tailândia (11,1%) e Argentina (10,9%). 60% do cereal foi internalizado beneficiado e 35% dele descascado. A desvalorização das moedas locais deve manter as importações nos atuais patamares ou com nova queda, segundo os analistas do setor. Isso porque a crise política no Brasil gera uma desvalorização ainda maior na moeda brasileira. Nos três primeiros meses do ano, janeiro a março de 2015, o Brasil exportou 262,5 mil toneladas de arroz.

Refletindo a condição cambial favorável, a balança comercial brasileira de arroz apresentou forte superávit no mês de março, primeiro do ano comercial 2015/16. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Brasil exportou 142,6 mil toneladas (base casca) e importou 45,8 mil toneladas de arroz.

As quase 97 mil toneladas resultam do crescimento das vendas em 186% em relação ao mês anterior e da redução de 4% do volume importado. Destaca-se o embarque de 61,7 mil toneladas (base casca) de arroz branco ao Iraque. O mercado africano de quebrados também comprou bem. Quanto às importações, é nítido o impacto do dólar alto. Desde novembro de 2014 o Brasil importa a média de 43 mil toneladas ao mês. Em março foram 45,8 mil. O Paraguai foi a origem de 72%.

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