Mercado abre em baixa no Rio Grande do Sul

Cotações baixaram em média R$ 1,00 por saco de 50 quilos nesta abertura de mercado tanto para o produto em casca quanto para o produto beneficiado. Indústrias confirmam pressão do atacado e consumo desaquecido no centro do país.

O viés de baixa anunciado na semana passada por Planeta Arroz para o mercado do arroz em casca no Rio Grande do Sul confirmou-se hoje na abertura do mercado. Algumas das principais indústrias do Rio Grande do Sul revisaram em média R$ 1,00 para baixo as suas tabelas e o produto com 60% de inteiros que chegou a ser comercializado na média de R$ 34,00 o saco de 50 quilos e picos de R$ 34,50 há algumas semanas, está sendo avaliado em média a R$ 33,00.

Em Cachoeira do Sul, o mercado abriu pagando R$ 32,00 para 50 Kg com 58% de inteiros e R$ 34,00 para 62%. Na Fronteira-Oeste, algumas indústrias abriram o mercado pagando R$ 33,50 pelo produto com 60% de inteiros, mas no final da tarde havia indicativos de que o mercado não comportaria este preço.

O grande problema é que boa parte do atacado do centro do país não está aceitando o repasse de R$ 34,00 base casca, que jogaria o fardo de 30 quilos do arroz agulhinha Tipo 1 para a faixa de R$ 34,00. Cerealistas (empacotadores) que trabalham com a compra de sacos de 60 quilos do produto beneficiado para transformar em fardos no centro do país pressionam para comprar o produto com 60% de inteiros sobre base casca de R$ 32,00.

A queda de preços está calcada principalmente na colheita de uma safra recorde pelo estado. Hoje, o governador gaúcho, Germano Rigotto, anunciou que o Rio Grande do Sul está colhendo uma safra de 6,3 milhões de toneladas, acima até mesmo do que era computado pela Conab. Clima e a alta tecnologia agregada à lavoura arrozeira são os fatores que influenciaram o resultado.

Outro fator interessante, neste momento, é que os produtores se retiraram do mercado e a oferta do produto é escassa. Ou seja, o preço do produto em casca caiu R$ 1,00 por saco no momento em que o Rio Grande do Sul colhe uma safra recorde e os produtores não estão ofertando o produto. Na Depressão Central, a expectativa é de que este patamar de preços se mantenha. Na Fronteira-Oeste, Campanha e Litoral Norte, há viés de baixa indicando a possibilidade de queda em até 50 centavos por saco.