Mercado de arroz encerra abril com preços 40% mais altos

No âmbito global, o arroz branco tailandês (100%) atingiu o pico de US$ 950.00 a tonelada (FOB Bangkok), superando em 195% a cotação do mesmo período de 2007.

O mercado de arroz encerrou o mês de abril com uma média de R$ 32,75 por saca de 50 quilos no Rio Grande do Sul (casca). Este preço é 41% superior aos R$ 23,25 praticados no dia primeiro deste mês. Em relação ao mesmo período do ano passado a valorização foi de 60%.

– A alta expressiva é resultado dos preços recordes praticados no mercado internacional e do quadro de oferta e demanda doméstico ajustado – aponta o analista de Safras & Mercado, Élcio Bento.

No âmbito global, o arroz branco tailandês (100%) atingiu o pico de US$ 950.00 a tonelada (FOB Bangkok), superando em 195% a cotação do mesmo período de 2007.

O reflexo disso foi sentido nas negociações do mercado brasileiro. Com o mercado internacional pagando mais, potenciais fornecedores brasileiros, como Argentina e Uruguai, terão um leque de opções muito maior para negociar seus saldos exportáveis.

– Isso reduz a dependência que os parceiros do Mercosul têm da demanda brasileira. O resultado é a elevação da paridade de importação, possibilitando que os produtores nacionais exijam mais pelo cereal – explica o analista.

O comportamento das cotações internacionais também abre a possibilidade de exportações. Assim, o quadro de oferta e demanda que já era ajustado, pode apertar ainda mais. O estoque inicial brasileiro em primeiro de março era de 1,895 milhão, que somado aos 12,116 milhões da safra atual, fecha uma oferta nacional de 14,011 milhões. O consumo estimado é de 13 milhões. Assim, mesmo sem a participação do comércio internacional o país encerraria com um saldo de 1,011 milhão.

– O saldo exportável que Argentina e Uruguai podem disponibilizar ao Brasil deve ser próximo a 800 mil toneladas, significando que o Brasil poderia exportar um volume similar sem comprometer o abastecimento – calcula Élcio.

Para o analista, os preços no mercado doméstico seguirão elevados. Porém, depois do salto apresentado neste mês, a tendência é que as cotações fiquem mais comportadas. Tal situação já pôde ser notada nos últimos cinco dias úteis deste mês, quando a valorização foi de apenas 2,5%.

– O mercado se ajustou à realidade de abastecimento doméstico e de preços internacionais. O viés das cotações seguirá sendo de alta, podendo ser invertido somente se houver uma retração mais expressivas nas cotações internacionais ou no mercado cambial brasileiro – conclui.

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