Mercado frio e declarações polêmicas abrem a semana

A esperada abertura do mercado de arroz no Rio Grande do Sul, nesta terça-feira, não apresentou novidades com relação a preços. Boa parte da indústria segue fora do mercado e as tabelas em vigor são as da semana passada.

Manteve-se frio o mercado de arroz em casca Rio Grande do Sul neste início de semana. A expectativa de alguma movimentação nesta terça-feira, com produtores precisando vender o produto para quitar a primeira parcela do custeio, não se confirmou. Boa parte da indústria gaúcha se mantém fora do mercado neste momento.

Há informações de importação em pequena escala de produto de qualidade superior a preços de até R$ 29,00 no Uruguai (posto em Jaguarão) e de oferta de produto com 58% de inteiros abaixo de R$ 30,00 o saco de 50Kg na fronteira, confirmadas pela indústria. Todavia, os negócios não têm se concretizado.

A realização de um evento na próxima segunda-feira em Porto Alegre para avaliar o momento de comercialização e também detalhar o Projeto Exportação poderá interferir no mercado gaúcho. A expectativa é de que os produtores segurem a produção ao menos até segunda-feira, a espera de orientação e da identificação de um cenário melhor.

O diretor de Mercados da Federarroz, Marco Aurélio Marques Tavares, acredita que há indicativos de um cenário melhor nos próximos dias, porquanto o arroz Primavera no Centro-Oeste encontra-se com um estoque de apenas 10% do volume produzido e o saco do produto beneficiado de 60 quilos encontra-se na faixa de R$ 78,00 a R$ 79,00 para o produto do Centro-Oeste contra R$ 80,00 a R$ 81,00 para o gaúcho.

Esta aproximação, segundo Tavares, é um bom indicativo. Ele destaca que a incidência do PIS/Cofins sobre o arroz uruguaio e argentino está inibindo as importações, gerando um preço de paridade de, pelo menos, R$ 32,00 para o produto com 58% de inteiros.

Segundo ele, os produtores devem segurar a produção e evitar vender o arroz para bancar a primeira parcela do custeio. Indica, como alternativa, a realização de operações financeiras como CPR no Banco do Brasil e/ou no Sicredi e no Banrisul. Tavares calcula que o ponto de suporte de preços do arroz gaúcho é de R$ 30,00 para o arroz padrão (58% inteiros), pois o custo de produção é de R$ 29,79. “Quem vender arroz abaixo destes R$ 30,00, mesmo buscando a média ao longo do ano, está pagando para trabalhar e causando prejuízos a toda a cadeia produtiva”.

No Mato Grosso, o arroz primavera (55% de inteiros) segue com boa procura e a patamares de R$ 33,00 a R$ 35,00 nas cotações. Todavia, repercutiu muito mal uma notícia veículada em sites do Mato Grosso onde o presidente da APA estaria dizendo que o arroz matogrossense teria melhor qualidade do que o produto gaúcho nesta safra.

Um industrial gaúcho chegou a afirmar que compraria todo o arroz do Mato Grosso que tivesse os mesmos 65% de inteiros encontrados no Litoral Norte, na Fronteira ou na Campanha gaúcha. Com pagamento à vista. A informação de que o Mato Grosso planeja exportar arroz na próxima safra foi recebida com ironia pelos gaúchos.

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