Mercado gaúcho de arroz não consegue romper barreira de R$ 40/saca

De qualquer forma, a tendência segue sendo de recuperação das cotações.

Os preços do arroz apresentaram uma recuperação consistente no Brasil nos últimos 30 dias. Na média do Rio Grande do Sul, principal referencial nacional, a saca de 50 quilos do grão em casca foi negociada a R$ 39,76 no dia 22, com ganhos de 1,79% sobre o mesmo período do mês anterior.

“Apesar do viés de alta, a cotação média segue com dificuldade de romper o patamar de R$ 40,00 a saca”, destaca o analista de Safras & Mercado, Élcio Bento. Na Bolsa de Chicago, convertido para reais, o contrato spot estava acima de R$ 41,00 a saca no dia 21 de junho, ou seja, a paridade de exportação já permitiria este rompimento de resistência. “Porém, com oferta ainda abundante em relação à demanda, os preços domésticos vêm encontrando dificuldade em se elevar de forma mais consistente”, pondera.

De qualquer forma, a tendência segue sendo de recuperação das cotações. “A intensidade dessa recuperação dependerá do comportamento cambial e dos preços internacionais”, prevê Bento. “No lado fundamental, este será mais um ano de aperto no quadro de abastecimento interno e de necessidade de se importar volumes superiores aos exportados para que haja uma recuperação dos estoques de passagem”, lembra.

Até o momento, o mercado brasileiro tem atraído um volume superior do estrangeiro ao que se tem embarcado pelo porto de Rio Grande. No acumulado do primeiro trimestre da temporada 2017/18, as exportações somaram 161,436 mil toneladas (base casca) e, as importações, 368,143 mil toneladas. Assim, o saldo comercial é negativo em 170,091 mil toneladas. “Mantido esse desempenho, ao final da temporada o déficit acumulado seria de 680,364 mil toneladas”, comenta o analista.

Nesse caso, os estoques finais em fevereiro de 2018 seriam de 1,048 milhão de toneladas, contra 399 mil toneladas do ano anterior. Em dias de consumo, se elevaria de 12 ao final do ciclo 2016/17 para 31, porém, bastante abaixo dos 56 dias da média dos cinco anos anterior. Ainda considerando esses números, a recomposição de estoques para níveis “confortáveis” dependeria de mais um ano de produção cheia e importações superando as exportações.

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