Mesmo com o arroz em baixa, festa acontece em Mirim Doce

Pequeno município de Santa Catarina tem o “melhor arroz do Brasil’ segundo os produtores.

Apesar do preço arroz estar em baixa, Mirim Doce, em Santa Catarina, se prepara para a festa mais esperada do ano, no município. Além das atrações como o CTG, jantar, coral e baile haverá também uma programação com seminários envolvendo a produção de arroz.

Também conhecida como a capital do melhor arroz, Mirim Doce não chega a ter três mil habitantes. Uma das maiores economias do município é o cultivo do cereal, que é produzido em aproximadamente duas mil hectares, onde são colhidas cerca de 150 sacas por hectare, totalizando 300mil sacas.

O preço da saca de 50Kg do cereal segundo a Cravil está custando atualmente R$ 16, 00, mas com desconto de Fundo Rural o produtor não recebe mais que R$ 15,63. Na mesma empresa, o produtor chegou receber exatamente o dobro no ano de 2004.

– Os rizicultores acabam não vendendo o seu produto com expectativas de um melhor preço – diz Dirceu Schwartz que trabalha na Epagri de Mirim Doce.

No município também existe dois secadores, estes foram construídos em sociedade entre alguns agricultores, ali são armazenados os grãos, além de outros engenhos beneficiadores.

O fator principal da queda no preço do arroz é porque a quantidade produzida está bem maior do que a necessária para o consumo, isso em todo o país. O número suficiente seria de aproximadamente 13 milhões de toneladas e o produzido chega a quase 15. Uma das razões de tanto aumento na produção é porque as técnicas de plantio estão sempre sendo inovada e isso deixa os campos bem mais produtivos.

Mesmo com arroz sobrando no país, o governo ainda importa dos países visinhos, como o Paraguai, Uruguai e Argentina onde o preço de produção é bem menor. Isso resulta num preço final menor do que o produzido no Brasil. Pois os implementos, insumos, combustíveis e principalmente os impostos são bem inferiores nesses países em comparando com o Brasil.

– Infelizmente não é apenas a cultura do arroz que está com problemas, mas sim todos os produtos agrícolas. E isso acaba resultando em grandes dificuldades para toda área no comércio principalmente nos pequenos município como Mirim Doce – comenta o técnico. Havendo uma grande queda principalmente no investimento em implementos agrícolas.

Para comprar um trator sem implementos, da marca Valtra, modelo 785 em 2004 custava R$63.000,00, neste período o preço médio do arroz era de R$ 32,00 a saca, o rizicultor tinha que produzir 2.016 sacas para adquirir o equipamento. Hoje o preço do mesmo trator é de R$ 84.000,00, com o preço da saca arredondado em R$ 16, 00, o rizicultor tem que colher exatamente 5.200 sacas para conseguir comprar esse trator, que é um dos mais baratos do mercado.

– É importante este tipo de festa no município porque acaba incentivando os rizicultores a não desanimarem e continuar acreditando na importância do cultivo do arroz em Mirim Doce – Finaliza Schwartz. (AK)

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