Mobilização no Irga pede valorização dos servidores
(Por Planeta Arroz) Há quase oito anos sem receber reajuste salarial e com alguns cargos com salário-base inferior ao salário mínimo, servidores do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) realizaram uma mobilização nesta sexta-feira, à tarde, na sede da autarquia. O movimento foi articulado pelo SindisIrga e reuniu quase uma centena de funcionários vestindo camisetas pretas e bonés ou chapéus com o símbolo do instituto.
A manifestação foi oportuna, pois ocorreu no dia em que o Conselho Deliberativo reuniu-se em autoconvocação para debater a crise na instituição de pesquisas e a histórica apropriação, pelo Tesouro do Estado, da taxa de Cooperação e Desenvolvimento da Orizicultura (CDO) de R$ 0,70 por saca, paga pelos produtores para manter o instituto.
“Chegamos ao limite e estamos mobilizados em busca de um posicionamento do Estado. Quem foi nomeado pelo concurso de 2014 teve os salários congelados. Na época, o valor total da CDO recolhido pelo Estado era R$ 65 milhões, agora é de R$ 120 milhões, dobrou, e os nossos salários seguem os mesmos”, explicou o presidente do Sindicato dos Servidores do Irga, Michel Kelbert. Segundo ele, todos os anos surgem muitas promessas, mas nada é feito sequer para acompanhar a inflação. “Todo ano tem uma desculpa”, revela.
Os servidores reivindicam uma recuperação salarial de 50%, valor que calculam foi acumulado em perdas do poder de compra.
Os funcionários de carreira também reclamam que o instituto se tornou um “cabide de empregos” de políticos. Assessores da Diretoria, que deveriam ser cargos técnicos lotados na sede estão sendo nomeados politicamente, por partidos, sem participação da diretoria ou conselho no interior do Estado “só pra tomar chimarrão”, dizem os representantes do Sindicato.
A entidade classista se reuniu recentemente com o secretário de Planejamento, Governança e Gestão, Cláudio Gastal, que informou que os servidores poderão ser contemplados no plano de reestruturação do Irga que está sendo gestado pelo governo, mas os funcionários não foram convidados para fazer parte do grupo de trabalho e já foram informados que para este ano um reajuste está descartado.
“Nosso desafio é mostrar aos arrozeiros e até à indústria que a desestruturação do Irga afeta toda a cadeia produtiva. Há prejuízo evidente às pesquisas, à extensão e perdemos profissionais capacitados para a iniciativa privada e até para outros órgãos do próprio governo, pois fazem outros concursos, quase todos os meses por causa dos baixos salários”, acrescenta o dirigente. O ex-presidente do Sindicato, Beco Acosta, enfatiza que nos últimos três anos até as promoções de carreira previstas foram suspensas.