Muito além da colheita
Oliveira: IA e ultrassom na pós-colheita para aprimorar as operações
A inovação tecnológica revoluciona o pós-colheita e assegura a qualidade
O uso de tecnologias emergentes, como machine learning, inteligência artificial e ultrassom, para otimizar processos, aprimorar operações e aumentar a qualidade do arroz beneficiado, é o destaque das duas sessões plenárias dedicadas à apresentação de pesquisas desenvolvidas pelo laboratório de grãos da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal de Pelotas (Labgrãos/Ufpel). Ao todo, 11 trabalhos foram selecionados.
Os pesquisadores Maurício de Oliveira e Moacir Cardoso Elias, responsáveis por coordenar as apresentações, sublinharam que buscam oferecer uma visão integrada entre o campo, a indústria e o mercado. “São trabalhos que focam aspectos do manejo agronômico de produção, como metodologia de análise e comportamento de sementes, avaliação de qualidade e aspectos do manejo tecnológico, como parâmetros de secagem, desempenho industrial e uso de algoritmos na classificação de grãos, representando avanços nas tecnologias de pós-colheita de grãos e sementes”, explicou Elias.
Entre os destaques está a classificação de genótipos de arroz com algoritmos de machine learning, o que, conforme Oliveira, abre as portas para uma seleção mais precisa e acelerada de materiais genéticos e, também, para o controle de qualidade e de consumo pela indústria. O uso da tecnologia de ultrassom para reduzir o tempo de cocção e promover a fortificação do arroz, integrando qualidade nutricional e eficiência energética, é outra inovação a ser apresentada pelo Labgrãos/UFPel.
Tecnologia e sustentabilidade
“Para a pós-colheita, há tecnologias alternativas ao uso de inseticidas tradicionais, como, por exemplo, o uso de UVC e inovações nos métodos tradicionais de expurgo de arroz e controle de pragas”, adiantou Oliveira. O aproveitamento de subprodutos e a produção de proteínas sustentáveis, baseadas no farelo de arroz e que incorporam os conceitos de bioeconomia e economia circular, também aparecem entre os trabalhos.
“Vamos mostrar o que há de novo na transversalidade entre tecnologia e sustentabilidade. Quem domina a pós-colheita garante qualidade, valor e futuro para o arroz brasileiro, e transformar o conhecimento em tecnologia aplicada é o caminho para uma orizicultura mais sustentável, competitiva e inovadora”, afirmou Oliveira.
