Mundo em movimento

 Mundo em movimento

Vendas e aquisições globais aumentaram em 2022

Mercado global cresceu para 56 milhões de t, mas deve cair em 2023

A ameaça da inflação, que obrigou países a retirarem ou diminuírem barreiras tarifárias e comerciais, e uma conjuntura que impôs restrições às vendas da Índia, maior exportador global, levou o comércio mundial do grão a alcançar um recorde. Com aumento de 7,5% sobre o movimento dessas cargas em 2021, teriam sido comercializadas 56 milhões de toneladas (Mt) segundo a FAO, volume equivalente a 11% da produção mundial (beneficiado).

“A estimativa foi divulgada após a flexibilização das restrições à exportação da Índia. Porém, os efeitos da queda produtiva em 2022 devem ser sentidos no comércio mundial em 2023, que pode cair 4,4% para 53,6 Mt”, observou Patrício Méndez del Villar, em seu InterArroz.

Na Ásia, a necessidade de importação permanece estável, enquanto na África Subsaariana aumentaram 6% devido à retomada das compras da Nigéria e Costa do Marfim. As importações também aumentaram nas Américas e na União Europeia.

As vendas indianas atingiram o recorde de 22,3 Mt, 4% mais que no ano anterior, mesmo com restrições. Representou 40% do comércio mundial do grão. A Tailândia recuperou o segundo lugar nos embarques, tomando a frente do Vietnã, graças à forte atividade no fim de 2022.

PREÇOS
No Mercosul, os preços de exportação mantiveram-se relativamente estáveis. As colheitas estão quase completas e podem ser menores em relação à safra anterior devido à falta de água, principalmente no Brasil e na Argentina. As exportações brasileiras avançam, mas continuam apresentando um atraso de 10% em relação ao ano passado na mesma época. O preço indicativo do arroz em casca brasileiro subiu 6% para $ 350/t, contra $ 330 em março, graças em grande parte à valorização do real frente ao dólar. No início de maio, o preço indicativo estava estável em US$ 350.

Preços mundiais seguem estáveis

Durante o mês de abril, as cotações internacionais do arroz subiram em uma média de 3,5% por causa do desenvolvimento de uma forte demanda por parte dos importadores de origens asiática e africana. Em contrapartida, a oferta exportável entre os grandes fornecedores mundiais está restrita.

Essa condição deve perdurar até junho, pelo menos, quando é prevista a chegada de uma nova safra em países de algumas dessas regiões.

A chegada de um fenômeno climático El Niño, projetada pelos principais institutos climatológicos do mundo, também deixa o mercado global em alerta e com relativa preocupação. Isso porque os climatologistas anunciam que há uma grande possibilidade de tratar-se de ocorrência de proporções de intermediárias a mais severas.

Como o clima tem grande impacto na produção agrícola, a intensidade com que o fenômeno provocará estiagens em alguns grandes produtores e excesso de chuva em outros, o mercado seguirá atento às informações, segundo Patrício Méndez del Villar, economista do Cirad, na França, e editor do boletim internacional InterArroz.

Fique de olho
Tensões de alta nas cotações mundiais do arroz são esperadas nos próximos meses. Em um ano, os preços mundiais já subiram em média 20%. Índia e Paquistão registraram os maiores aumentos, entre 30% e 40%, devido à nova política de preços de exportação indiana e à queda de 30% na produção paquistanesa em relação ao ano anterior. Na Tailândia e no Vietnã, embora o aumento de preços tenha sido mais moderado, eles estão no nível mais alto dos últimos dois anos. No início de maio, os preços mundiais ainda estavam firmes, marcando o maior patamar dos últimos 10 anos.2

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter