Não caiu a ficha

 Não caiu a ficha

Mercado de arroz: ainda não refletiu redução na colheita brasileira

Mercado ainda não reagiu a uma safra menor.

O mercado brasileiro de arroz ainda não apresentou sinais de que reagirá diante da confirmação de uma safra de 1,5 milhão de toneladas menor. E isso está intrigando as lideranças do setor. “O mercado já deveria ter feito uma nova leitura diante deste cenário de safra menor que o consumo e redução de estoque de passagem”, explica o presidente da Câmara Setorial do Arroz, Francisco Schardong. Há indicativos de que o mercado considere a possibilidade de uma “desova” de estoques pelo Governo Federal, o que é prontamente descartado pela Conab.

Para o analista de mercado de arroz da agência Safras & Mercado, Tiago Sarmento Barata, o mercado ainda não absorveu essa informação. Os preços mantiveram uma seqüência de queda no primeiro trimestre do ano, mesmo antes do início da colheita. “É normal que os preços caiam com o início da colheita, mas era esperada alguma valorização antes dela começar”, explica o consultor. Segundo ele, além da presença de um significativo estoque de passagem, a reação de preços no início do ano foi impedida porque as grandes redes varejistas, esperando uma valorização do cereal, fizeram compras volumosas no final de 2005. Formaram estoques para os dois primeiros meses do ano, quando o consumo de arroz também é menor. “Com as vendas menores, as indústrias de beneficiamento reduziram a produção e o interesse por matériaprima”, acrescenta.

DOMÉSTICO – O mercado doméstico apresenta características distintas entre o Sul e os estados produtores de arroz de sequeiro. Além de reduzir a área plantada, os estados das regiões Centro-oeste, Norte e Nordeste tiveram prejuízos na produtividade e qualidade da lavoura, principalmente no Mato Grosso, em função das fortes chuvas, que também atrasaram a colheita e dificultaram o transporte da safra. “Nesses estados, se observa estabilidade maior dos preços; nítido sinal de que o mercado regional trabalha com posição de menor disponibilidade de matériaprima, principalmente de qualidade”, lembra o analista.

Se o panorama geral da produção orizícola é de redução na safra 2005/ 2006, no Rio Grande do Sul isso não ocorreu. Mais uma vez o estado tem safra cheia. Sem opção para substituir o cultivo do arroz, os produtores buscaram compensar os baixos preços com o aumento de produtividade e foram beneficiados pelo clima favorável. Conforme a estimativa de produção da Safras & Mercado, o estado produziu 11,5% a mais: 6,63 milhões de toneladas. A produtividade média subiu 10%.

Fique por dentro
Com volume significativo de estoque da safra passada, as indústrias gaúchas tiveram dificuldades para armazenar o arroz colhido. O fluxo de chegada foi superior à capacidade de secagem e beneficiamento. Tal dificuldade se deve, também, ao fato de mais da metade da área ser de uma só variedade. 

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