Nasce um gigante

Cooperativas catarinenses criam a BrazilRice,
central responsável pela comercialização de seu arroz
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O mercado brasileiro de arroz está vendo nascer um gigante: a Cooperativa Central Brasileira de Arroz (BrazilRice), criada a partir da união das cinco cooperativas arrozeiras de Santa Catarina: Copagro, Cooperja, Coopersulca, Cooperjuriti e Cravil. A empresa poderá comercializar 1 milhão de fardos por mês e já constrói estrategicamente uma central de distribuição, logística e finalização dos processos industriais em Pernambuco para atender com maior eficiência o seu mercado preferencial.

A primeira operação da nova companhia foi a exportação de arroz em casca para a Venezuela em 2018, mas os planos são muito mais ousados. A central é presidida por Vanir Zanatta, presidente da Cooperja, de Jacinto Machado (SC), e tem como superintendente o mestre em agronegócios Tiago Costa Santos. A cooperativa representa mais de 60% do processamento do arroz catarinense e mais de 8 mil famílias associadas.

A ideia de reunir esforços para centralizar a comercialização de arroz entre as cooperativas surgiu em 2012, segundo relata Zanatta. Desde então, foi consolidada com as cinco empresas trabalhando em conjunto para estabelecer diferenciais competitivos. “O mercado brasileiro de arroz é muito concorrido e nós, ao invés de concorrermos uns com os outros pelos mesmos mercados, decidimos nos fortalecer, nos aproximar e crescer juntos para não concorrermos uns contra os outros e perdermos competitividade frente às grandes empresas”, explica Vanir Zanatta. Segundo ele, os presidentes e dirigentes das cooperativas têm reuniões mensais e conversam quase que diariamente sobre os cenários e estratégias coletivas.

A união é focada apenas na comercialização do arroz, mas as cooperativas mantêm as suas autonomias e individualidades em todas as outras áreas. “Cada uma mantém suas relações próprias com associados, sistemas de produção e beneficiamento, tudo o que está dando certo até agora. Apenas criamos uma central para termos uma estratégia coletiva de comercialização e fortalecermos nossa presença nos mercados interno e externo de uma forma muito profissional”, assegura o dirigente.

A Cooperja, que já tem uma unidade no litoral norte gaúcho, por exemplo, está implantando uma nova unidade em Camaquã (RS), inicialmente para captação e armazenagem de soja, mas que futuramente deverá trabalhar também na aquisição de arroz. A Cooperativa Juriti estuda a instalação de uma planta de beneficiamento de arroz branco no Paraguai.

FIQUE DE OLHO
A Cooperativa Central Brasileira de Arroz deverá também movimentar os portos catarinenses. Atualmente, a estrutura da Copagro, no Porto de Imbituba, é utilizada pela BrazilRice. “O objetivo, no futuro, é termos nossos próprios navios para transportar arroz parboilizado e branco a granel até o Nordeste”, assegura o dirigente. A estrutura do Nordeste deve ficar pronta em meados de 2020.

1 Comentário

  • quando começa a funcionar a unidade de Pernambuco da cooperativa central brasileira ?

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