Negócios com arroz seguem aquecidos mesmo com preço acima de R$ 100/sc e recompõem margem do rizicultor
Cotações do cereal em regiões do estado de Mato Grosso seguem em patamares recordes em cerca de R$ 130 a saca.
Os preços do arroz no mercado interno brasileiro seguem acima de R$ 100 a saca na maioria das origens produtoras e os negócios permanecem aquecidos com a demanda aquecida e necessidade de recomposição de estoques pelos compradores. Com esse cenário, após anos amargando perdas e até fuga para outras culturas, os rizicultores estão garantindo melhores margens de lucro.
"Produtores de diversas culturas estavam com a margem muito apertada no final do ano passado. No entanto, nos últimos meses, com aumento do consumo, o preço teve elevação. Esse cenário melhorou as perspectivas de um setor que viu nos últimos anos diversos rizicultores migrarem de atividade", diz Angelo Maronezzi, engenheiro agrônomo e diretor da Agro Norte Pesquisa e Sementes.
Maronezzi aponta que os preços do arroz seguem em patamares absolutamente recordes em regiões do estado de Mato Grosso, por exemplo, ficando até em cerca de R$ 130 a saca de 60 kg. O Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros, com pagamento à vista, oscilou durante toda esta semana de novembro acima de R$ 100/saca de 50 kg.
A Agro Norte Pesquisa e Sementes desenvolve e comercializa desde 1994 novas cultivares de arroz, feijão, soja convencional e outros grãos, além de tecnologias e sistemas de produção para os agricultores.
A alta nos preços do arroz ao consumidor, acompanhando o aumento do consumo durante a pandemia, fez com que o governo brasileiro retirasse a Tarifa Externa Comum (TEC) sobre importação do cereal, além da soja, derivados e milho. No entanto, segundo a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, em live recente o preço teve uma "ligeira queda" e novo ajuste pode ocorrer com a chegada da safra nova.
A ministra ainda explicou que o preço do cereal esteve muito baixo nos últimos anos e que até estava em estudo a abertura de novos mercados para o setor produtivo antes da pandemia de coronavírus.
Maronezzi diz acreditar que os preços do arroz ainda devem seguir favoráveis aos produtores por algum tempo e que o consumidor tem se adaptado ao cenário. "A cadeia produtiva está se beneficiando deste momento, após anos complicados, e já começa até a pensar em fortalecer a exportação. Do outro lado, o consumidor está se adaptando porque esse é um alimento essencial e, no comparativo com outros produtos não é caro, e até exige qualidade, aponta.
Em outubro, as exportações de arroz em casca pelo Brasil já tiveram avanço de 96,4% ante o mês anterior, totalizando 153,5 mil toneladas em outubro e ficaram 87,2% acima do mesmo período de 2019, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia. As importações pelo país recuaram 4,8% no último mês sobre setembro, com 146,42 mil t.
2 Comentários
Temos dois possiveis cenários para a próxima safra. 1) a seca pode reduzir a produção e os preços se manterem estáveis, inclusive com uma segunda onda da pandemia e 2) Teremos um ano normal, excelente produção e os preços cairão durante a safra para algum valor entre R$ 50 a 80. No que vocês apostam??? Eu daria 99% de certeza se o pessoal não plantasse essas 150.000 ha que ainda não foram plantadas.
As chuvas estão escassas, ano de lá nina , quem puder plantar soja irrigada não terá problemas com falta dágua, conforme a situação de cada um. Sds.