No vermelho
Oferta e demanda:
balanço preocupa
o futuro do mercado.
O balanço de oferta e demanda do arroz no Brasil estabelece um cenário preocupante para o mercado e a produção nacional. A trajetória de 11 anos indica que o consumo no país caiu 6,5%, o equivalente a 800 mil toneladas: de 12,3 para 11,5 milhões de toneladas. Enquanto isso a produção oscila, mas fica em torno de 12 milhões de toneladas/ano. A sobra anual de 500 mil toneladas forma estoques e só não é maior porque o Brasil conseguiu boas exportações na década.
No período, o Brasil importou, em média, 830 mil toneladas por ano. Agregar este estoque, 90% do Mercosul, ao suprimento interno tem sido um dos fatores de oscilação e pressão das cotações domésticas. Em 2015/16 e 2016/17 a balança comercial é negativa. Isso enfraquece os preços.
O suprimento – soma do estoque inicial, produção e importação – na atual temporada (13,750 milhões) só não é maior que em 2016, quando houve quebra de 1,5 milhão de toneladas. Ainda que represente queda de 6,11% para o suprimento há 11 anos, confirma a consonância com a queda no consumo. No período 2010/11, no pico histórico de alta dos preços, o país teve uma safra recorde (13,6 milhões de toneladas) e alcançou o maior suprimento: 16,9 milhões de toneladas. O alto valor externo e as baixas cotações brasileiras, aliadas a mecanismos de comercialização, ajudaram a bater o recorde de embarques: 2,09 milhões de toneladas.
No momento, a estimativa de oferta e demanda tende a não se confirmar. Com déficit de mais de 200 mil toneladas na balança comercial, analistas esperam importação superior a 1 milhão de toneladas e embarques que não devem passar muito de 700 mil. Para completar o quadro, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento divulgou projeção dos agronegócios até 2026/27 e estima a produção nacional estagnada em 12,5 milhões de toneladas enquanto o consumo permanecerá em 11,5 milhões, apesar do crescimento da população.