Novidades, inovações, tecnologias e políticas econômicas marcaram o CBC 2006

O evento contou com 21 conferencistas e pesquisadores de instituições do Brasil, da América Latina, dos Estados Unidos e da Ásia, reunido mais de 135 trabalhos apresentados em forma de pôsteres e painéis além do lançamento da cartilha ‘Feijão e Arroz – O Par Perfeito do Brasil’, feita pela presidente do CBC e chefe-geral da Embrapa Arroz e Feijão, Beatriz da Silveira Pinheiro .
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As perspectivas de mercado, os avanços tecnológicos, as parcerias, entraves políticos, econômicos e as mudanças nos hábitos alimentares das pessoas marcaram o ritmo do II Congresso Brasileiro da Cadeia Produtiva do Arroz – CBC, ocorrido no auditório da Embrapa Sede (Brasília/DF), final de abril, durante as comemorações do 33o aniversário da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

O evento contou com 21 conferencistas e pesquisadores de instituições do Brasil, da América Latina, dos Estados Unidos e da Ásia, reunido mais de 135 trabalhos apresentados em forma de pôsteres e painéis além do lançamento da cartilha ‘Feijão e Arroz – O Par Perfeito do Brasil’, feita pela presidente do CBC e chefe-geral da Embrapa Arroz e Feijão, Beatriz da Silveira Pinheiro .
Na ocasião, os organizadores do Congresso, aproveitando a oportunidade, realizaram o pré-lançamento da publicação ‘A Cultura do Arroz no Brasil’, fruto do trabalho de diversos pesquisadores, em especial de Alberto Baêta dos Santos, Luís Fernando Stone e Noris Regina de Almeida Vieira; um outro trabalho apresentado aos congressistas foi o projeto ‘Prospecção de Demandas e Transferência de Tecnologias em Arroz e Feijão Focadas em Comissões Técnicas, Pólos e Construção de Rede de Conhecimentos’, iniciativa que visa integrar toda a cadeia produtiva na busca por soluções que permitam um incremento de competitividade ao agronegócio do arroz e do feijão no Brasil.
Para o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Arroz, Francisco Schardong, o CBC foi de grande importância para o segmento produtivo porque soube abordar temas, tanto da porteira e depois da porteira:

– No momento em que passa a agricultura e o setor produtivo do arroz hoje, está nos exigindo cada vez mais especialização, troca de experiências e, principalmente, união da porteira para fora; porque da porteira para dentro, graças aos avanços das tecnologias desenvolvidas pelos órgãos de pesquisas estaduais e federais, podemos dizer que estamos bem – disse Schardong.

Outro destaque, principalmente para o segmento da cadeia produtiva de arroz do Centro-Oeste, foi a palestra do pesquisador Antônio Soares, da Universidade Federal de Lavras, sobre a necessidade de adaptação da planta às características de clima e de solo da região:

– O DNA do arroz está programado para que o cultivo seja realizado em condições de várzea úmida ou irrigada; o plantio em terras altas constitui-se numa agressão à planta que ainda não está totalmente adaptada para se desenvolver num meio sujeito a estresse hídrico e com pouco nitrogênio. Intenso trabalho de seleção ainda terá de ser realizado para adequar o arroz ao ambiente de terras altas, onde a forma de nitrogênio seja predominante – esclarece.

Já o sindicalista e presidente da Federação das Cooperativas de Arroz do Rio Grande do Sul – Fearroz, André Barreto, avalia a necessidade de desenvolvimento de tecnologias que dê condições ao produtor em aumentar a competitividade e combater a guerra de preços entre produtores, industriais e supermercadistas na oferta ao consumidor final.

– Temos que buscar redução de custos e isto passa pela utilização da terra e da água e, principalmente, que o governo reconheça a impropriedade de taxas e tributos tão elevados a um produto que é indispensável para a alimentação do povo, porque o arroz além de ser um alimento é nutrição e tem importância no combate a fome, à desnutrição infantil, subnutrição maternal e não pode ser tributado num nível que chega às raias da imoralidade – desabafa.

Esta é, também, a opinião do engenheiro agrônomo, Shigeharu Kanemoto, pesquisador da Satake Corporation (Hiroshima/Japão), que destacou em sua conferência sobre a importância do arroz como alimento funcional e da necessidade do esforço conjunto de todos para que o consumo de arroz continue a ser a base da nutrição humana; “a busca de novas aplicações para o arroz e transformação de subprodutos para ele, agregando valor a este produto que é a base da nutrição, principalmente para as crianças, se torna fundamental”.

O Congresso Brasileiro da Cadeia Produtiva do Arroz é um evento organizado de quatro em quatro anos pela Embrapa Arroz e Feijão e pela Companhia Nacional de Abastecimento – Conab e tem o apoio da Câmara Setorial de Arroz e do Fundo Setorial do Agronegócio. O objetivo do evento é contribuir para o aumento da competitividade e sustentabilidade social, econômica e ambiental do cultivo do arroz, propiciar maior integração entre os diferentes elos da cadeia produtiva e preparar este segmento para os novos cenários do agronegócio no Brasil e Mercosul, para a segurança alimentar e saúde da população.

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