Novo desafio
O orizicultor brasileiro ou paga para trabalhar, ou
é vilão da cesta básica.
Desde o dia que resolve produzir arroz, o orizicultor brasileiro já vive essa “sinuca-de-bico”. Ou paga para trabalhar, ou é vilão da cesta básica. Entre os 50 mil produtores de arroz do Brasil e os milhões de eleitores/consumidores satisfeitos com a cesta básica baratinha, por quem o governo federal irá optar? Por mais que o setor evolua em eficiência agronômica e de gestão das propriedades, este impasse persiste. Há quem defenda que, na produção excessiva, o governo forme estoques, assegure o preço mínimo e garanta a permanência de milhares de produtores na atividade. Mas há quem considere que o mercado deve regular-se por si, doa a quem doer, para que estes estoques não se tornem uma espada sobre a cabeça do arrozeiro quando as cotações voltem a evoluir e a Conab resolva “balizar” o mercado.
A equação que determinará os preços médios do arroz no Brasil, apesar de inúmeras variáveis técnicas, não está representada apenas por um balanço de oferta e demanda, mas também pelo viés político. Afinal, para os políticos, arroz barato é igual a voto. Seja de quem representa os arrozeiros, e com esses argumentos se elege, seja do governo, que busca também nesse argumento mostrar-se “preocupado com a população de baixa renda”, que decide qualquer eleição no país.