O desafio do Tocantins

 O desafio do Tocantins

Daniel Fragoso: forte pressão da doença exige manejo correto

Terceiro maior produtor
de arroz do Brasil sofre
dificuldades de controle.

 No estado do Tocantins, maior produtor brasileiro fora da região Sul, cultivar arroz é conviver com a brusone ou com aplicações de fungicidas. Em casos mais severos, há notícias de até nove aplicações de defensivos nas lavouras. A adoção de cultivares do Sul, de bom padrão de grãos, mas suscetíveis ao fungo, foram experiências dramáticas para alguns produtores. Mesmo a cultivar Irga 424 RI teve problemas, pois perdeu a resistência já na primeira safra, enquanto no Rio Grande do Sul isso só ocorreu com três a quatro safras e de forma pontual.

“A pressão da doença no Brasil Central, em especial no Tocantins, é muito alta por causa das características do clima tropical”, explica Daniel Fragoso, pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão no Tocantins. Segundo ele, entre as estratégias para o controle nas lavouras está a escolha de cultivares que possuam genes de resistência diferentes e que todas as medidas de manejo integrado sejam adotadas, observando época de plantio (quanto mais tarde, mais inóculos da doença existem), escolha de semente certificada e cultivar, seguidas de bom preparo da área e manejo de fertilizantes e fungicidas e rotação de culturas. Estas medidas são preconizadas no manejo integrado das doenças do arroz, que podem ser consultada on-line, no site da Embrapa Arroz e Feijão, e são de conhecimento dos técnicos.

“Sabemos que a região é favorável à brusone, então aconselhamos que os técnicos e produtores busquem treinamentos para que as decisões sejam racionalizadas, e não calendarizadas, considerando que cada área possui um perfil e um histórico que requerem cuidados diferentes”, explica Daniel Fragoso. Para ele, a prioridade da pesquisa é o desenvolvimento de cultivares geneticamente resistentes, aliado à utilização de ferramentas de agricultura de precisão e treinamento para as tomadas de decisões de forma a tornar a produção de arroz sustentável, diminuindo custos e os riscos ao ambiente e à saúde humana e dos animais. Enquanto isso, o produtor e os técnicos precisam lutar com as armas que têm.

FIQUE DE OLHO
O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) lançou uma Circular Técnica (de número 4) intitulada “A quebra da resistência à brusone e o manejo de doenças em arroz irrigado”. O estudo é de autoria do consultor Carlos Henrique Paim Mariot e os pesquisadores Débora Favero e Gabriela Magalhães da Fonseca, do Irga, e do pesquisador e professor Marcelo Gravina de Moraes, da Ufrgs. O estudo tem 10 páginas e traduz resultados da pesquisa, o panorama da doença no RS e recomendações de manejo e pode ser encontrado no site do instituto: www.irga.rs.gov.br.

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