O grande espetáculo da terra
24ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz
acontece em
Mostardas (RS).
Os grandes e relevantes temas da orizicultura brasileira e até internacional estarão concentrados em debates, palestras, oficinas, difusão de tecnologias e exposição de máquinas e equipamentos em Mostardas (RS), entre os dias 20 e 22 de fevereiro, para a 24ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz.
São esperados cerca de 10 mil produtores e agentes da orizicultura do Brasil, do Mercosul e dos países clientes do arroz cereal brasileiro em todo o mundo. “Trata-se de uma oportunidade não apenas de conhecer os processos produtivos, mas também debatê-los e definir uma pré-agenda de assuntos que têm grande importância para esta cadeia produtiva e serão a tônica das ações setoriais em 2014”, resume o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul, Henrique Osório Dornelles.
Segundo ele, a sustentabilidade das lavouras de arroz é o grande enfoque do evento, com uma programação construída para abordar os grandes temas da lavoura da porteira para dentro e da porteira para fora. Assim, serão tratados assuntos como a otimização dos sistemas de produção em várzeas, não só atidos ao arroz, mas também envolvendo culturas alternativas e a integração lavoura-pecuária; questões fundamentais e estruturais da lavoura, como a preservação ambiental, manejo de agroquímicos e tecnologias limpas; a competitividade da produção de arroz irrigado nos mercados interno e externo e o marketing para o setor alcançar melhores resultados e rentabilidade, como a possibilidade de criação de um selo de qualidade para o arroz gaúcho.
O evento deverá ter a presença do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, e do governador Tarso Genro na abertura simbólica da colheita e nos discursos que seguem este ato, quando a cadeia produtiva e os políticos debatem e formam posição a respeito das políticas agrícolas para o setor ao longo do ano, além de os produtores e demais agentes apresentarem as duas principais reivindicações para a estabilidade do mercado e a rentabilidade ao setor. O vice-presidente da República, Michel Temer, também é esperado.
Este evento é promovido pela Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul – Federarroz e Associação de Arrozeiros de Mostadas e Tavares e acontecerá entre os dias 20 e 22 de fevereiro, no Parque Zé Terra, do Sindicato Rural de Mostardas. Tem apoio fundamental da Farsul, Irga e Prefeitura Municipal.
O diretor da Federarroz, Anderson Belloli, destaca que o ritmo da entidade é de finalização da estrutura para receber cerca de 10 mil produtores e agentes da cadeia produtiva em Mostardas e que a presença do ministro e do vice-presidente da República, entre outras autoridades, dará mais brilho ao evento e sensibilizará ainda mais produtores e visitantes diversos. Para Alexandre Velho, presidente da Associação de Arrozeiros local, a 24ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz será um grande referencial para o setor em 2014. “Os debates, reivindicações e temas abordados devem pautar a agenda da orizicultura ao longo do ano”, resume.
FIQUE DE OLHO
O prefeito Alexandre Galdino destacou o envolvimento da comunidade na organização e o sucesso do evento. “Há também uma grande visibilidade que Mostardas está recebendo da mídia, não só pela qualidade do nosso arroz, que faz parte da Indicação Geográfica do Litoral Norte, única em arroz na América do Sul, mas também de nossos grandes potenciais turísticos, seja pela cultura açoriana, seja pelas nossas praias de mar ou da Lagoa dos Patos”, revela.
Mercado e tecnologia: o prato principal
Lavoura da Abertura: referência em tecnologia para altas produtividades
A 24ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, em Mostardas (RS), tem uma intensa programação, mas o prato principal, entre 20 e 22 de fevereiro, são o mercado – em debate – e as tecnologias em exposição. Por exemplo, além de reunir alguns dos principais palestrantes do país em temas como marketing, exportação, barreiras comerciais, tendências de mercado, tributação e outros assuntos que interferem diretamente na renda do produtor e da cadeia produtiva, o Parque Zé Terra, do Sindicato Rural de Mostardas, receberá o que há de mais moderno e eficaz em tecnologias para lavouras de arroz e culturas alternativas em várzeas.
As principais delas são a lavoura oficial, conduzida pela engenheira agrônoma Melissa Terra dentro das melhores recomendações de cultivo, ou os experimentos com milho e soja em várzea, integração lavoura-pecuária, pastagem nativa diferida ou cebola, que é um produto importante na região, e a Vitrine Tecnológica, onde nove empresas de insumos e pesquisas apresentarão o que há de mais moderno e eficiente na condução das lavouras. Fora isso, haverá exposição de máquinas e equipamentos, cursos, oficinas e, de sobremesa, os debates políticos e setoriais.
Um deles, que foi acrescido à programação só nos últimos dias antes do evento, é uma reunião com representantes políticos e técnicos do governo federal, legisladores, o governo estadual e deputados para estabelecer a estratégia final de retomada das exportações de arroz para a Nigéria. “Será uma reunião de trabalho, objetivando selar um acordo entre cadeia produtiva e governo para recuperar este que já foi o nosso maior cliente, mas levantou barreiras comerciais”, reconhece o presidente da Federarroz, Henrique Osório Dornelles.
LAVOURA
O que há de melhor em tecnologias desenvolvidas pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) para o cultivo orizícola irrigado no Rio Grande do Sul está sendo aplicado na lavoura que será palco da 24ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz. Sob a coordenação de Melissa Terra, engenheira agrônoma do Irga naquele município, o cultivo estará pronto para a colheita na data prevista e com indicativos de grandes produtividades.
A lavoura ocupa 0,8 hectare e foi semeada com a cultivar Irga 424, uma das mais produtivas geradas pelo programa de melhoramento genético do instituto. “A semeadura aconteceu no dia 14 de setembro, com densidade de 100 quilos de sementes e 350 quilos de adubação (8-18-28). A irrigação é feita com o inovador sistema pipeline, da Delta Plastics, uma das patrocinadoras”, relata Melissa. Em área vizinha à lavoura oficial, foram instalados campos experimentais com o que há de mais avançado em pesquisas para o cultivo de soja e milho irrigados em ambiente arrozeiro.
A soja é uma cultura adotada em grande escala pelos produtores gaúchos para as áreas de pousio nas últimas três safras, com o objetivo de eliminar plantas daninhas como o arroz vermelho, tornar mais eficiente o manejo do solo e agregar renda à propriedade. Cerca de 300 mil hectares de soja foram cultivados em várzeas no Rio Grande do Sul na safra atual, contra 1,11 milhão de hectares de arroz. O milho, com cerca de 5 mil hectares em área de arroz nesta temporada, também é uma cultura altamente recomendável, desde que em ambiente favorável à produção.