O Ouro dos Arrozais.
Autoria: Vilnei Haetinger.
A lavoura de arroz é um dos segmentos da economia que mais evoluiu ao longo da história, por se tratar de um alimento consumido em larga escala em quase todo o mundo. Alguns dias após a germinação, é colocada sobre a lavoura uma pequena lâmina d’água, período conhecido como irrigação. Serve para manter a lavoura limpa e também para evitar mudanças bruscas de temperatura, trata-se de planta rústica, porém com muita sensibilidade ao frio, principalmente no período de florescimento.
Se for bem manejada, tem grande capacidade de resposta a novas tecnologias, como aumento racional e direcionado do uso de fertilizantes, ex: (agricultura de precisão), além de variados sistemas de plantio, a escolha de variedades, e ainda a característica de cada tipo de solo e clima, alcançando assim altas produtividades em menos tempo e menor espaço.
A abertura das fronteiras mundiais, e o acesso a informação, impulsionaram e contribuíram para que isso acontecesse de forma ampla e rápida. Os resultados de sua evolução foram potencializados pela troca de experiências entre produtores e a dedicação de pesquisadores de órgãos públicos e privados, além dos investimentos feitos por produtores e fabricantes de máquinas agrícolas e da indústria de beneficiamento do grão. Assim com todos os processos definidos e organizados, passou a ser aceita em muitas partes do mundo, como uma verdadeira commodity.
Por tratar-se de uma atividade de grande volume de cereal produzido e de consumo global, atraiu altos investimentos e o crescimento de vários setores, saindo da sua fase inicial, que era “da lavoura, ao pilão”, e até chegar á mesa do consumidor um serviço braçal, utilizava muitas pessoas e também a tração animal, passando gradativamente, a despertar o interesse de grandes empresas e indústrias multinacionais, que oportunamente investiram em pesquisas e produção em série de equipamentos automotores.
Por sua vez, os produtores aperfeiçoaram suas práticas de plantio e manejo, otimizando o uso da terra e de mão de obra, aos poucos as “boiadas” foram cedendo espaço ás máquinas, o que multiplica e padroniza operações trazendo maiores resultados, com mais eficiência e rapidez, permitindo inclusive o trabalho dia e noite.
Alcançamos uma produtividade cada vez maior, superando muitas vezes até o volume consumido pela população, colocando diversos integrantes da cadeia produtiva em dificuldades financeiras, vindo muitas vezes a encerrar suas atividades.
Mas a lavoura de arroz continua, alimentando pessoas e em especial o sonho de incansáveis homens e mulheres que dedicam suas vidas a construir um mundo melhor, utilizando práticas de cultivo e manejo cada vez mais limpas e saudáveis, para que seus descendentes continuem e orgulhem-se de sua escolha, a de ser produtor de um alimento que foi e continuará sendo protagonista, na história da humanidade.
O verdadeiro “Produtor Rural” não reclama nem desiste de sua trajetória, muitas vezes difícil e sempre desafiadora, porém marcada e compensada por resultados grandiosos, como o de construir lavouras ao redor de rios e lagoas, o que além de garantir alimento para a população, busca o equilíbrio e serve para filtrar suas águas e criar um sustentável, harmonioso e belo ambiente de multiplicação da vida, onde acontece a reprodução de inúmeras espécies que vivem em meio aos arrozais, num particular e verdadeiro ciclo de renovação, todos os anos nas primaveras e verões de nosso Estado, o qual se veste de ouro da maturação até a colheita, por mais de cem anos.
1 Comentário
Parabéns voçe falou tudo o que um produtor de arroz representa para a nossa Cachoeira do Sul e para todo o Brasil.