O pior em cinco anos

 O pior em cinco anos

Na Fronteira Oeste, a segunda região mais atingida, os produtores ainda contabilizam os prejuízos

 Para Angelo Dovigi, produtor de Uruguaiana, esta safra deverá ser a pior dos últimos cinco anos por conta da enchente no Rio Quaraí. “Fiquei com 120 hectares de lavoura de baixo da água. Outros 100 hectares pareciam nem ter sido plantados. Ainda estou calculando os prejuízos. Todo mundo na região está na mesma situação, mas teve gente que perdeu 800 hectares. Para estes, o ano está praticamente perdido”, considera.

Dovigi cultiva em média 550 hectares, mas nesta safra, por conta das chuvas, plantou apenas 480 hectares. “Os problemas começaram antes mesmo do período de preparação da lavoura. O preparo do solo e o plantio foram muito difíceis, o que exigiu mais horas de trabalho. Além disso, também tive que plantar fora da época recomendada. Tudo isso ajudou a encarecer ainda mais os custos de produção, que ficaram na faixa de R$ 38,00 e R$ 40,00. Só em diesel, calculo um gasto 30% superior. Com isso, acredito que devo colher este ano umas 20 mil sacas a menos”, estima.

Segundo ele, mesmo nas áreas que não sofreram inundação a chuva causou estragos na estrutura da lavoura, como taipas destruídas e tubulações danificadas. “Em algumas parcelas as chuvas deixaram buracos de quase dois metros de profundidade cheios de água escura. Algo que nunca se tinha visto na região. A única maneira de compensar todas essas perdas com algum rendimento é se os preços chegarem a R$ 60,00, mas acho muito difícil. Se chegarem a R$ 45,00 vai ser muito. Pelo menos tenho o seguro do Banco do Brasil. Se eu conseguir receber pelo menos vai dar para empatar. O jeito agora é não olhar para trás e tentar se sair melhor na próxima safra”, pondera.

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