O poder da decisão

 O poder da decisão

Safra: comportamento da área semeada com arroz até 25 de novembro

Ao reduzirem as lavouras, gaúchos fazem valer o protagonismo nos preços

Os agricultores gaúchos terão, nesta safra 2022/23, a oportunidade de fazer valer, também na oferta e formação dos preços, o protagonismo que consolidaram ao representarem 71% da produção brasileira de arroz. A redução de 9,9% da superfície semeada (94.687 hectares), de 957.185 hectares em 2021/22 para 862.498 no ciclo 2022/23, será fator fundamental na formação de preços.

Na safra passada, 30,2 mil/ha foram perdidos na seca por falta de água para a irrigação ou temperaturas máximas extremas, e esses fatores eliminaram áreas consideradas de risco. Pelo terceiro ciclo consecutivo, estamos sob a égide do fenômeno climático La Niña, que poderá reproduzir essas condições.

Muitos produtores optaram por cultivos de soja e milho em terras baixas, que deverão somar 520 mil ha, a partir de um maior domínio da tecnologia e também menores demanda de água, custos de produção e maior possibilidade de renda.

Em 2022, o Rio Grande do Sul colheu 7,7 milhões de toneladas, volume que poderia ser superior aos oito milhões, não fosse o clima que afetou os rendimentos. Isso fez o segmento arrozeiro entender de forma clara que a dimensão da oferta impacta os preços no país. As médias da safra 2021/22 foram de 8.315 quilos por hectare na área colhida e 8.053 kg/ha sobre a área semeada. A lição foi aprendida.

Área semeada confirma-se
Até 25 de novembro, a área semeada no RS atingiu 95% dos 862,5 mil hectares previstos pelo Irga. Eduardo Munhoz, da Porteira Adentro Consultoria Agronômica, espera produtividade média acima de 8,5 t/ha no estado, isso se o clima se mantiver em relativa normalidade, e teto acima de 12 t/ha em áreas de ponta.

Ele alertou, porém, que o frio registrado na primavera atrasou o desenvolvimento e alongou o ciclo do arroz. Assim, a entressafra será 15 dias mais longa.

Rodrigo Schoenfeld, agrônomo do Irga, destacou que o plantio do arroz em resteva da soja tem propiciado melhor condição de semeadura na época indicada. “Isso favorece o manejo da lavoura, o desenvolvimento das plantas e o rendimento da lavoura”, frisou. O predomínio de áreas com Irga 424 RI e BRS Pampa CL também contribui.

Motivos da redução da área com arroz no RS
1
Custos exorbitantes (até R$ 16 mil/ha);
2 Baixa rentabilidade histórica;
3 Viabilidade de cultivos alternativos, como soja, milho e pastagens;
4 Diversificação agronômica e econômica com outras culturas;
5 Clima adverso, com terceiro ano de La Niña;
6 Modelo de comercialização defasado.02

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