O primeiro passo

 O primeiro passo

Checklist do Projeto 10: Valmir Menezes, Eloy Cordeiro, Moizes Teixeira e Gilberto Raguzzoni

O diagnóstico e os primeiros resultados de um projeto que veio para ficar
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O Projeto 10, que traçou o objetivo de se alcançar, a partir de Dom Pedrito, a marca de 10 toneladas de arroz por hectare, é uma proposta tocada em cooperação técnica entre o Irga, a Associação de Agricultores e a comunidade orizícola do município. Oito lavouras começaram o experimento com bons resultados iniciais. Obviamente, há muito o que melhorar.

Levantamento feito pelo serviço de extensão do Irga junto a 111 produtores, em 37 municípios arrozeiros gaúchos, constatou produtividades médias históricas de 6,7 toneladas por hectare. A média do estado, segundo Valmir Menezes, está 19,4% abaixo da obtida nas lavouras que adotam melhor tecnologia. Estes dados revelam dois aspectos importantes.

Em primeiro lugar, o potencial de produção das variedades à disposição dos agricultores não é o limitante da produtividade. “Mesmo assim, é preciso continuar aumentando o potencial produtivo e a qualidade de grãos das cultivares”, frisa Menezes. Também é necessário buscar resistência à toxidez por ferro, às doenças e ao acamamento para o sistema pré-germinado. Uma solução também deve ser encontrada para a falta de tolerância ao frio, tanto na fase inicial de implantação do cultivo como na fase reprodutiva, um dos maiores limitantes para as cultivares.

Em segundo lugar, se alguns orizicultores conseguem obter produtividades próximas ao potencial produtivo das variedades, mesmo que em parte de suas lavouras, é porque existem práticas agronômicas que geram este resultado. “Então, o problema é de transferência de tecnologia”, frisa Menezes. Segundo ele, ainda há muito que ser feito pela pesquisa em termos de manejo, mas se não houver uma alteração das práticas utilizadas pelos orizicultores, os progressos de rendimentos sempre estarão aquém do possível.

O pesquisador afirma que dificilmente haverá um salto de produtividade simplesmente pela utilização de novas variedades de arroz. Além disso, a adoção de novas variedades de arroz irrigado pelos rizicultores no passado, não foi acompanhada das devidas mudanças nas práticas agronômicas para se atingir o potencial produtivo que expressam. 

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