O segundo dia do Congresso Brasileiro do Arroz

Os palestrantes traçaram um panorama orizícola do país indicando tendências do setor.

O segundo dia do VI Congresso Brasileiro de Economia Orizícola abriu na manhã desta quinta-feira 26 com a apresentação do painel sobre as perspectivas dos pólos de arroz no Brasil. Os palestrantes traçaram um panorama orizícola do país indicando tendências do setor.

Segundo o presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Pery Coelho, o Brasil já alcançou a auto-suficiência na produção do cereal e deve desenvolver agora ações articuladas envolvendo toda a cadeia produtiva. “Nós temos todas as condições favoráveis: o clima, a qualidade do solo, recursos humanos. Seguramente nossas potencialidades serão maiores na medida que desenvolvermos um processo organizacional”.

O presidente do Irga chama a atenção para a necessidade de identificação de novos mercados. “O nosso desafio hoje é o mercado. Precisamos trabalhar muito bem esse processo. Vamos levar ao Governo Federal a necessidade de implementação de políticas públicas para o setor buscar a sustentabilidade”, assinalou Coelho. Segundo ele, o Congresso será importante para diagnosticar problemas e definir novos desafios e oportunidades. “É fundamental construirmos estratégias para avançarmos nos acordos internacionais e nas políticas para o Mercosul”.

O setor orizícola conta com o apoio do Ministério da Agricultura para trabalhar a exportação do arroz brasileiro. “Temos grão de qualidade para disputar o mercado internacional”, completou o presidente do Irga.

O representante da Embrapa na área de pesquisa sócio-econômica, Carlos Magri, apresentou o painel sobre a distribuição e consumo do arroz no Brasil. Conforme dados apresentados por ele, o Rio Grande do Sul, desde o início da década de 90, vem mantendo a liderança na concentração da produção. Atualmente, o estado é responsável por 50% da produção nacional. A cultura do arroz é fundamental para a economia gaúcha, representando 3% do PIB do RS.

Segundo Magri, nos últimos seis anos a matriz produtora brasileira tem se mantido estável, com destaque também para os estados do Mato Grosso e Santa Catarina. Com menor representatividade em números de produção, o estado do Maranhão foi considerado pelo pesquisador da Embrapa como modelo de sustentabilidade. “Se levarmos em conta a compatibilização dos aspectos ambientais, econômicos e sociais, a produção no Maranhão é exemplar, pois causa menos impacto ambiental, emprega mais mão-de-obra e a maioria da produção é consumida pela própria região”.

No que diz respeito ao consumo nacional, Magri avalia que ainda é preciso avançar na divulgação dos benefícios do arroz. “A população brasileira não está preparada culturalmente para consumir arroz”. Segundo ele, as propriedades nutricionais do arroz ainda são desconhecidas por grande parte da população.

O presidente do Instituto Brasileiro de Produção Sustentável e Direito Ambiental (IBPS), Carlos Adílio do Nascimento, encerrou as atividades da manhã com o painel Produção Sustentável e Direito Ambiental. Ele sublinhou a necessidade de que todos os sistemas de produção se aproximem dos parâmetros de sustentabilidade, contemplando simultaneamente os aspectos econômico, ambiental e social.

“A lavoura de arroz é bastante tecnificada e produtiva, mas a irrigação utiliza grande volume de água e em função disso é considerada atividade de grande impacto ambiental.” Segundo ele, é possível empregar procedimentos para diminuir o impacto ambiental mesmo usando grande quantidade de água. “O importante é conseguirmos devolver a água em boas condições e até com mais qualidade. Um exemplo disso é a depuração feita pelas plantas aquáticas.”

As atividades do VI Congresso Brasileiro do Arroz prosseguem à tarde com os painéis Competitividade na Cadeia Produtiva do Arroz e Usos Alternativos e Subprodutos do Arroz. A palestra de encerramento fará uma prospecção da economia e do mercado do arroz.

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