O sequeiro reage

 O sequeiro reage

Apesar da estiagem que castigou as lavouras, o Maranhão terá a terceira maior colheita do Brasil
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O cultivo do arroz de sequeiro cai no Brasil a cada safra. A exceção fica por conta do Maranhão, estado cuja produção deve alcançar 632,6 mil toneladas, superando o Mato Grosso, tradicional líder na produção de arroz em terras altas. Este volume representa um incremento de 35,3% em relação às 467,7 toneladas colhidas em 2011/12, de acordo com o oitavo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A área cultivada caiu 2,3%, ou 10 mil hectares, para 416,2 mil hectares. A produtividade média estimada pela Conab para o estado é de 1.520 quilos por hectare, 38,4% a mais que os 1.098 quilos de 2011/12.

Do volume total do cereal produzido no estado, cerca de 18 mil toneladas correspondem ao arroz irrigado, cultivado nos municípios de Arari, Viana e Vitória do Mearim. No sistema irrigado, o arroz é plantado entre maio e agosto, com colheita prevista entre os meses de novembro e fevereiro. Em regime de sequeiro, o plantio é realizado no período de dezembro a fevereiro e a colheita, nos meses de março a maio.

O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Cláudio Azevedo, explica que, na safra passada, apesar da redução de 37% na produção, comparada ao período 2010/2011, o Maranhão conseguiu produzir 467,7 mil toneladas de arroz. “A estiagem prejudicou bastante a produção. As pesquisas de campo apontavam que o Maranhão ficaria em quarto lugar, perdendo a posição para o MT, mas, após a finalização da colheita, os números mostraram que produzimos 6,4 mil toneladas a mais. Na atual safra, esta diferença pode chegar a 100 mil toneladas”, compara.

Conforme Azevedo, para este ano, estava previsto um aumento de cerca de 5 mil hectares na área plantada com a cultura no estado, o que acabou não se confirmando em razão da estiagem que castigou o estado. Mas, segundo ele, um dos motivos para elevar a produção é a produtividade: “No ano passado, produzimos na média de 1.098 quilos por hectare e agora, na safra 2012/2013, tudo indica que poderemos atingir 1.511 quilos por hectare”, prevê.

O avanço da orizicultura maranhense se deve basicamente aos fortes investimentos realizados pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca do Maranhão (Sagrima) na agricultura familiar, através do Programa de Distribuição de Sementes, que já beneficiou mais de 60.500 produtores, incluindo áreas quilombolas, indígenas e assentamentos rurais. “O governo estadual distribuiu, por meio do programa Viva Sementes, em dezembro de 2012, 605 toneladas de sementes selecionadas de arroz a agricultores familiares de todas as regiões do estado. Mais serão distribuídas para a safra 2013/2014”, diz Azevedo.

“A área tradicional do plantio do arroz está diminuindo a cada ano, substituída pelo cultivo de soja e milho, nas quais cada vez mais os produtores investem em tecnologia, diferente do arroz, que na sua maioria é ainda plantado por agricultores familiares, de forma consorciada com outras culturas e também em roça de toco”, compara Azevedo.

QUESTÃO BÁSICA
Apesar dos números otimistas divulgados pela Conab, o secretário Cláudio Azevedo alerta que ainda existe a possibilidade de perda de parte da produção, em consequência das poucas chuvas que estão caindo em algumas regiões do Maranhão, como é o caso das regionais de Zé Doca e Viana. Os 10 maiores produtores de arroz no estado são os municípios de Santa Luzia, Grajaú, Barra do Corda, Arari, Bom Jesus das Selvas, Mirador, Tuntum, Vitória do Mearim, São Domingos do Maranhão e Colinas.

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