Ontem, hoje e amanhã
O arroz parboilizado
comemora os 20 anos
do Selo de Qualidade Abiap
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A Associação Brasileira das Indústrias de Arroz Parboilizado (Abiap) comemora em 2012 os 20 anos de criação do Selo de Qualidade Abiap. A certificação é o instrumento mais eficiente para identificar as marcas que obedecem aos rígidos padrões de fabricação exigidos pela legislação alimentar brasileira, servindo de parâmetro até para indústrias de outros países. É também uma garantia de qualidade e segurança para o consumidor.
Em duas décadas, o parboilizado, que representava apenas 4% do consumo doméstico de arroz, passou a ocupar 25% deste mercado. Além de conquistar o consumidor brasileiro, o produto nacional vem ampliando a cada ano sua participação no exterior, com presença garantida em 70 países. Atualmente, este tipo de arroz corresponde a 50% das exportações brasileiras do grão, sendo o principal produto de valor agregado na pauta do cereal.
O Brasil encontra-se no mais alto patamar da tecnologia de parboilização mundial. O grande salto dos processos de industrialização foi implantado no país por empresários pioneiros do Sul, como Alfredo Treichel, no final da década de 70, em Cachoeira do Sul (RS). “Algumas empresas brasileiras usavam o termo ‘parboilizado’ para identificar arroz ‘macerado a frio’ (amarelão), termo que, na verdade, tem origem no equipamento usado para fazer a maceração (encharcamento) do arroz”, lembra Treichel.
O início de tudo
Um marco importante ocorreu em Roma, durante uma reunião da FAO, em 1977, quando Alfredo Treichel, então presidente do Sindicato das Indústrias Beneficiadoras de Arroz do Rio Grande do Sul (Sindarroz-RS), percebeu as vantagens e os benefícios do arroz parboilizado para o consumo humano devido ao seu elevado grau vitamínico e poder nutritivo. “Se falava muito em controle de qualidade e que o processo de maceração na água fria era nocivo à saúde. Isso me chamou a atenção e me levou a visitar algumas indústrias italianas para entender o processo”, ressalta o empresário.
De volta ao Brasil, Treichel procurou uma empresa para fabricar o maquinário e os equipamentos adequados a este novo modelo de produção e, a seguir, implantou o processo de parboilização do arroz em sua empresa, o Engenho Treichel.
O primeiro salto tecnológico foi a mudança do processo de maceração a frio (que fazia com que o produto chegasse ao mercado com odores desagradáveis, próprios da contaminação microbiana) para maceração a quente. A Fundação Estadual de Ciência e Tecnologia (Cientec/RS) apresentou, em 1986, proposta para que fosse usado somente o processo a quente, aceito e adotado na Portaria Ministerial de 1988. A partir da Portaria 269, juntou-se o processo da autoclave, desde há muito denominado de parboilização, a maceração a quente por estufa.
QUESTÃO BASÍCA
No processo de parboilização, o grão inteiro é deixado em água quente por um período de cinco a oito horas. O método originário – tradicional – já era praticado há centenas de anos na Índia e no Paquistão. Este procedimento deixa a casca solta, facilitando sua retirada. Este tipo de arroz tem um valor nutricional maior que o arroz comum, pois as vitaminas são permeadas para o interior do grão, não se perdendo durante o beneficiamento.